segunda-feira, 28 de março de 2011

Em defesa do estilo de vida

Para quem se interessa por minha vida e a acompanha exclusivamente por meu blog (isso se resume a ninguém), vou vos atualizar sobre minha proeminente existência enquanto ser humano. Notem, vocês por aí, que inclusive na barrinha aqui do lado, as palavras que ousam dizer quem eu sou, há uma mudança.

“desempregado e, segundo eu mesmo, um dos maiores casos de potencial desperdiçado da história do homem moderno”

foi substituído (como vocês podem ver novamente, se estiverem com vontade, desviando os olhos um pouquinho para a direita... viram?... prooonto) por

“Jornalista de cueca”

Minto, não é isso que tá lá. Afinal, eu ainda sou um dos maiores casos de potencial desperdiçado da história do homem moderno. Isso me descreve bem. Já sei.. vou deixar:

“Jornalista de cueca e um dos maiores casos de potencial desperdiçado da história do homem moderno”.

Antes ia ficar

“jornalista que disfarça o desemprego dizendo que é freelancer”

Mas o “de cueca” representa tudo isso que essa frase grande quer dizer.

O que isso tudo diz respeito sobre a proeminente existência do meu ser humano enquanto travec.. ops, pessoa? Que eu abri mão de empregos formais. Ou pelo menos é o que pretendo. Essa vida de acordar cedo, tomar banho correndo, ir pro trabalho, ter pouca ou muita coisa pra fazer, contar as horas para sair do trabalho e rezar por DEUZ para alguém de bom coração ter o mesmo dia enfadonho que sua própria pessoa e querer tomar uma cerveja em seguida e falar mal do chefe é improdutiva. Não só pra mim, mas para mim, é para todos. Mas como eu sou só mim, não sou todos, porque se eu fosse todos, eu não seria mim (q/). YO SOY EL OTRO.

Como já diria o sábio publicitário que criou o nome brilhante para um dos maiores festivais da música contemporânea do século atual e, quiçá, dos três últimos, Stars With You. Minto. Não era isso, embora e tenha pensado que era isso por um bom tempo. Pensei que eles queriam enfatizar o fato enfadonho (quem usa essa palavra duas vezes no mesmo texto?) de que algumas estrelas estariam dividindo o mesmo tempo e espaço que alguns mortais brasileiros. Mas não, é Starts With You. (“começa com você” para iletrados em linguagem estadosunidenses {“agora inglês é dos EUA? Seu burro”.. tá booom.. é que só quis usar essa palavra... pq eu odeio que usa.. USA}). Começa com você. Comigo? Isso aí Felipinho. Então comecei.

Vamos lá, quem de vocês não tem porra nenhuma pra fazer no trabalho exatamente agora? Ou pior, quem tem uma porrada de coisa para fazer, mas tá de saco cheio? Alguém levantou a mão? Espero que não, senão você é mongológico. Mas alguém deve ter concordado. Ou não, a final ninguém lê e quem lê, num deve fazer isso do trabalho. Seu chefe tá de olho.

Minha teoria é que os trabalhos não precisam ser feitos no ambiente de trabalho. Claro, não todos. Tem alguns que requerem o espaço físico e os caralhos (ainda), mas a maioria não. A lógica de ir trabalhar é antiga e parte do pressuposto que você é uma anta que num sabe fazer as coisas direito, ou um vagabundo que não faz as coisas. O olho do dono que engorda o boy. Essas groselhas por aí.

É de uma tristeza sem fim ficar preso em sua cadeira, esperando a porra do tempo passar, procrastinando uma coisa que você até gosta de fazer (se te deixassem fazer do jeito que gosta). Esse sistema aí, de te deixar preso, acaba inclusive com seu prazer de trabalhar e, consequentemente, com toda sua criatividade. Não é produtivo. Quem já não tinha coisas para fazer, mas tava rolando aquele jogo do Barça na Champions, com o Messi vermelhinho, e você acaba não fazendo uma coisa nem outra? Tem empresas por aí que inclusive bloqueiam as redes sociais no trabalho, mas isso nem vou me aprofundar porque se você não é um símio, você consegue ver como isso é sem sentido. A produtividade não vem das 8 às 18. Nine2five como dizem por aí nos estrangero .

Vamos usar de uma das premissas do jornalismo literário, e fazer uma imersão em um personagem para analisar os prós e contras do “jornalismo de cueca” (é uma escola.. tipo o new journalism, o gonzo e essas porra. A diferença positiva é que as características podem ser transportadas para outras áreas de conhecimento, a diferença negativa é que o grande ícone sou eu {“que bosta então”, “nasceu para morrer”, “pelo menos ele é gatinho”}).

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Felipe Floresti é um sobrevivente da cidade grande. Latino americano sem cheiro e sem sabor. Não pode dizer que construiu a vida de alguma forma, pois sua vida está longe de ser construída. Mas conseguiu com algum esforço (dispensável) se formar em jornalismo em uma faculdade particular e os dinheiros do papai.

Passou algum tempo, conseguiu que alguém o contratasse para trabalhar em uma revista cujo nome não poderá ser divulgado por força de contrato. Algum tempo depois este emprego o deixou. Mas esse não é o clímax da história. É o chamado à aventura. Você está em sua vida comum, e há o chamado, que te joga na história. Jornada do herói, meus amigos. “Você é o herói? Mãaae cadê o controle? Muda de canal pra mim?”.

Foram dias conturbados na vida deste jovem tão bem apessoado. Vagas e mais vagas apareciam para ele todos os dias. A internet estava cheia. Analista de mídias sociais aqui, assessor de imprensa acolá, redator júnior mini mirim no outro. Parou, pensou e: “Comigo não, violão”, proferiu.

Desde os tempos de faculdade. Lá quando você pensa que o jornalismo carrega alguma dignidade. Quando seus professores te colocam que Folha ou Estado são nortes de como e para quem escrever. Quando ser bem sucedido, era ter algum nome. Essas ideias que você pensa e pensa: “Támalooks. Pra que uma porra dessa?”, esse fofo já pensava (pensa demais para seu tamainho): “O dazora é trabalhar igual um mongologico, fazendo qualquer coisa, pra ganhar atenção das muié, e outros hóme. Daí, quando for véi e caquético, ter moral suficiente para que confiem em você e, assim, você vai viver de freela”.

Mas Didi Mocó Sonrisépio Colesterol Novalgino Mufumbbo tinha razão. Em uma de suas mais representativas obras, defende que o ser humano trabalha a vida toda para ganhar dinheiro e quando tiver o suficiente, se aposentar e não fazer nada. Ele cortou caminho. O Fefê também. SWU.

Tomada a decisão, algo mudou em sua vida. Percebeu que a hora de acordar, que antes era determinada pela vontade de nosso senhor jezuis cristo, se tornou 9h30 ou 10h. Depois, sentava a bunda no computador (q/) e lá ficava. Aos poucos foi percebendo que a TV, sempre ao seu lado, estava sempre no mesmo canal. Em determinado momento, seu som começava a atrapalhar. Assim ela se tornava muda e aos poucos esquecida. Só era lembrada quando em um surto de consciência ambiental, resolvia desligar. Ou quando passava futebol. Ou The Big Bang Theory, ou Two and a Half man, ou Friends. (Mentira.. se não seria o dia todo. Já perceberam que sempre que você liga na Warner tá passando um desses três? E que você já viu o episódio?)

Quando fazia muito calor, a cama começava a convidar. A letargia vespertina tomava conta, muito pelo fato da hora de acordar na ser proporcional com a hora que foi dormir na noite anterior. Para fugir, dirigia-se à geladeira e, de lá, sacava uma boa e velha cerveja. Refazendo os ânimos e voltando ao que pode ser confundido com trabalho. A diferença é que não ganha nada para aquilo, e você está pesquisando sobre coisas que realmente gosta. Muito diferente de um trabalho tradicional.

Esse jovem adulto também começou a perceber que tudo isso acontecia enquanto trajava apenas uma cueca. Criando as bases teóricas para este novo movimento. Notem que o fundamento nasceu naturalmente. Não foi nada pensado por um grande pensador. É algo que está na essência do ser humano (mentira.. ser humano não tem essência).

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O "Jornalismo de Cueca", ou JC para os mais descolados, prega total liberdade de profissão. Pelo contrário que você pensa, esse profissional se dedicará muito mais que todos os seus colegas de que estão dentro de redações neste momento. A diferença é não ter hora para acabar, e sim para começar. É bom manter a disciplina. Mas estará trabalhando de acordo com suas próprias regras. Se você quebrar suas próprias regras, você é muito rebelde mey.

Outro fator é não ter dinheiro. Não pense que você vá ganhar algum dinheiro. Fique muito contente se ganhar algum. Portanto, parte fundamental desse estilo de vida é reduzir os custos ao máximo. Quando comer sozinho, dê preferência absoluta ao que você tem em casa. Arroz, feijão e uma salada é banquete. Também aprenda a cozinhar, vagabundo. Eu não faço feijão, mas hoje em dia tem de caixinha e num é ruim não. Não se incomode também de comer a mesma coisa por vários dias seguidos, afinal cozinhar só para si é chato, e a louça é toda sua depois ainda. Quando for fazer, faça em quantidades grandes.

Infelizmente jornalismo de cueca às vezes usa calça. Às vezes usa até camisa. Isso vai contra o que defendem alguns puristas, mas fazer jornalismo de casa é chato. A cueca serve para o momento de escrever, e pesquisar. Pra achar assuntos, propor pautas. Mal sabe aquele editor fodão que você está de cueca enquanto fala com ele. Mas é a pura realidade. Tente fazer um contato profissional de cueca e outro bem vestido. Na primeira opção, segundo dados empíricos, a chance de sucesso é 68% maior. O sujeito se torna mais seguro e confiante. Para fazer reportagens externas, vista-se decentemente. Afinal, a sociedade ainda não está preparada para pessoas como nós.

Saia para a rua, converse com os vizinhos, descubra coisas novas. Veja o que está errado, o que está certo. Onde tem uma história legal de ser contada. Chegando em casa, tire a roupa, abra uma cerveja, ligue o futebol no mudo e ponha tudo no papel. Se precisar, tire uns minutinhos para pensar no que viu. Se quiser ligar para sua mãe, lavar roupa, ver o vídeo pornô da Maria do BBB, bater uminha, jogar um W11 com o Messi ou ficar um tempão escrevendo um monte de bobagem antes de tudo , vá. O poder é de vocês.

Mas não se preocupe. A cueca está em você. Por mais que você não goste de usar cueca, ela está em você. Por mais que você seja uma menina e esteja usando uma calcinha bem delícia, daquelas curtinhas, meio transparentes, a cueca está em você. É fazer o que gosta, da forma que gosta, e conseguir fazer alguém te dar um dinheiro por isso (enquanto ainda precisamos dele). Isso é vida.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Osho

Depois da minha última postagem, recebi um e-mail de Daniel Cunha, vulgo Galeano. Achei maneiro e resolvi compartilhar parte do conteúdo com vocês, meus cerca de três leitores (mãe, vó, bei, amo vocês).

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"A maioria das pessoas tem momentos de reflexão, mas decidem esquecer quando percebem que a vida real é dura e que não podem perder tempo com isso. A questão aqui é a mais simples possível: ser coerente com o que você sente. Está escrito nas suas entranhas, se você sente isso, não tem como fugir. Se você considera algo prejudicial (ou inútil) pra humanidade, como você vai trabalhar com isso e tornar essa sua atividade principal?

Tenho um livro do Osho aqui em PDF e separei uns trechos pra você, sobre a parte de procurar respostas. É pra confundir mais ainda. Curte aí..." (nota do dono do blog, vulgo FF: Qual o nome do livro, o vacilão?)


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A sabedoria não tem nada a ver com conhecimento, absolutamente nada. Ela tem algo a ver com inocência. Algo da pureza do coração é necessário, algo da vastidão do ser é necessário para que a sabedoria cresça.

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Fique num estado de não-saber. Viva a partir desse estado. Olhe as árvores como uma criança, olhe a lua como um poeta, olhe o céu como um louco!

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Nunca deixe de se maravilhar se quiser que os mistérios se desvendem para você. Os mistérios nunca se desvendam para aqueles que não param de questionar. Aqueles que questionam cedo ou tarde acabam numa biblioteca consultando as escrituras, porque as escrituras estão cheias de respostas. E as respostas são perigosas: elas podem destruir a sua admiração. Elas são perigosas porque dão a sensação de que você sabe, embora não saiba. Elas lhe dão a compreensão incorreta de que agora as perguntas estão solucionadas. "Eu sei o que a Bíblia diz, eu sei o que o Alcorão diz, eu sei o que o Gita diz. Eu consegui." Você vira um papagaio: repetirá as coisas, mas não saberá de nada. Não é esse o caminho para o saber — o conhecimento não é o caminho para o saber. Então, qual é o caminho para o saber? A admiração. Deixe que o seu coração dance maravilhado. Encha-se de admiração: pulse com ela, inspire-a, expire-a. Por que ter tanta pressa para conseguir a resposta? Você não pode deixar que o mistério continue sendo um mistério? Eu sei que é grande a tentação para não deixar que ele continue sendo um mistério, para reduzi-lo a um conhecimento. Por que existe essa tentação? Porque, quando você se encontra repleto de conhecimento, está no controle. O mistério controlará você, o conhecimento o deixará no controle. O mistério o possuirá. Você não pode possuir o mistério: ele é vasto demais e as suas mãos são muito pequenas. Ele é tão infinito que você não pode possuí-lo. Tem que ser possuído por ele — e esse é o seu medo. Você pode possuir e controlar o conhecimento, ele é tão trivial...

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Essa tentação da mente de reduzir toda maravilha, todo mistério, a uma pergunta é pautada basicamente pelo medo. Temos receio do que é extraordinário na vida, desta incrível existência. Estamos amedrontados. Por causa desse medo, criamos alguns pequenos conhecimentos à nossa volta como uma proteção, como uma armadura, uma defesa. Só os covardes reduzem a meras perguntas a capacidade incrivelmente valiosa de se maravilhar. A pessoa realmente valente, corajosa, deixa as coisas como são. Em vez de transformar a maravilha em uma pergunta, ela mergulha no mistério. Em vez de tentar controlá-lo, ela deixa que o mistério a possua.

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A partir do estado de admiração, existem dois caminhos. Um é o do questionamento — o caminho errado. Ele leva você a acumular cada vez mais conhecimento. O outro é não questionar, mas deleitarse. Deleite-se com a maravilha que é a vida, a maravilha que é a existência, as maravilhas que são o sol, a luz do sol e as árvores banhadas com seus raios dourados. Viva a admiração. Não coloque depois dela um ponto de interrogação. Deixe-a ser como é.

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"Arte pela arte", dizem por aí. Pode ser que sim, pode ser que não — não sou artista. Mas posso dizer a você: a vida é só para ser vivida. Cada momento vale por si mesmo. Sacrificá-lo em nome de outra coisa é falta de inteligência. E depois que o hábito de sacrificar se instala, você passa a sacrificar este momento pelo seguinte, o seguinte pelo que vem depois e assim por diante — este ano pelo seguinte, esta vida pela seguinte! Trata-se de um processo simples e lógico: depois que você deu o primeiro passo, inicia toda a jornada — a jornada que o leva a um deserto estéril, jornada que é autodestrutiva e suicida. Viva o momento pelo alegre prazer de vivê-lo. Viva sem o sentimento de dever, sem imposições, sem obrigações, sem mandamentos. Você não está aqui para ser um mártir: está aqui para aproveitar a vida ao máximo. E a única maneira de viver, amar e ter prazer é esquecer o futuro. Ele não existe. Se você conseguir esquecer o futuro, se puder ver que ele não existe, não há por que se preparar constantemente para ele. No momento em que o futuro é deixado de lado, o passado passa a ser irrelevante por si só. Nós carregamos o passado de modo a poder usá-lo no futuro. Do contrário, por que carregaríamos o passado? E desnecessário. Se não existe futuro, para que carregar o conhecimento que o passado lhe proporcionou? Trata-se de um fardo que acabará com o prazer da jornada. E deixe-me lembrá-lo de que se trata de uma pura jornada. A vida é uma peregrinação para lugar nenhum — de nenhum lugar para lugar nenhum. E entre esses dois pontos está o aqui e agora. O lugar nenhum consiste em duas palavras: aqui e agora.’

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Sentido ao Caos

Sentados em roda durante a aula da pós desta segunda-feira, 14 de fevereiro, cada um lia um trecho do primeiro capítulo do “O Ano do pensamento mágico”. A aula era sobre ensaio pessoal e, enquanto prestava atenção na leitura dividia meus pensamentos com o que daria um ensaio pessoal de minha pessoa Felipe Floresti.

Em uma das interrupções propostas, o professor abriu aos alunos para falar o que pensaram do comecinho. Fui o segundo a falar, mas não foi bem o que o professor esperava ouvir. Minha interpretação sobre o porquê da Joan Didion ter começado a escrever com o que ela escreveu dias depois da morte do marido e só tendo continuado alguns meses depois (oito se não me engano).

Tenho mania de reconhecer os processos alheios nos meus. Várias vezes eu estou todo empolgado para escrever alguma coisa, mas deixo passar. Não anoto na hora, quando chego, não sai. Esse tipo de coisa. Até por isso, enquanto cada um dos meus colegas de classe liam um trecho, ia anotando pedaços do meu pensamento concomitante em uma folha do meu novíssimo caderno comprado nesta tarde por R$ 6,5 e com uma capa que remete à corrida (running).

Se engana quem acredita que o caderno é para anotar as lições da pós-graduação. Seria uma mudança e tanto se considerar que eu não tenho nenhum papelzinho remetendo aos outros dois semestres. Durante as aulas eu tenho o pensamento mais livre, alimentado pela recorrente falta de interesse nas aulas, mas sempre abastecido por frases, citações, palavras chaves, observações de qualquer um da classe, seja as viagens do professor gagá ou alguém falando groselha ou falando coisas interessantes (as aulas são inconstantes).

No caso a frase que anotei foi “dar sentido ao caos”. Segundo o professor, e as pessoas que falaram depois de mim (o que obviamente concordei), era esse o motivo de a Joan ter demorado alguns meses para voltar a escrever. Foi o tempo que levou para entender o que estava acontecendo. Nada a vê com minhas falta de empolgação ou esquecimento sobre o tema em que pensei escrever. Afinal, convenhamos né Felipe, a morte do marido não é algo que se deixa passar.

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Fiquei pensando no sentido do caos. Caos do pensamento. Não que algum ente tenha morrido ou coisa que o valha, mas como diria Rodriguinho Sangue Bom: “Cada um tem seus parâmetros problemáticos sem solucionáticos”. Cada um tem seu caos de pensamento. O meu começou no mesmo dia da história do post anterior: minha demissão.

Não foi nenhum baque muito forte. Ninguém morreu, embora meu escangalo de tanto chorar depois faça parecer que tinha. Embora sempre pense que ninguém vai acreditar (se pá é porque é o que eu pensaria), já queria sair de lá, tinha dado no que tinha que dar, e tudo. Não é legal quando saem com você, mas minha vontade sempre foi ficar tranquilo, principalmente depois que bateu na conta do banco uma quantia considerável proveniente da rescisão.

O objetivo antes da notícia era tirar licença do trabalho em janeiro reconstituir os ligamentos que meu querido joelhinho tanto precisava. Repensei, pensei, repensei, decidi fazer a cirurgia. A não ser que algo profissionalmente recompensador aparecesse. Até o dia da cirurgia, fui convidado para três entrevistas. Revista Caras, Agência Leia e Uol Entretenimento.

Caras Felipe? Pois é. Trabalhar com os anuários da revista, escrevendo sobre noivas, decoração, bebê, moda e outras coisas que não lembro. O salário era bom, um aumento razoável em relação aos rendimentos do antigo emprego. Era em uma revista, rumo que eu acredito ser meu preferido dentro do jornalismo. Não era o que eu queria. Não era meu perfil, mas dificilmente negaria caso fosse o escolhido. Ouvi boatos de que o editor até simpatizou com minha pessoa, mas sabia que aquilo ali não era para mim. Very wise.

A agência Leia produz informações e notícias para os assinantes de sua ferramenta de notícias, que são investidores da Bolsa de Valores. A vaga era para ser repórter responsável pelos setores de papel e celulose e transporte e logística, substituindo um amigo da Carol, minha amada namorada, que também concorria à vaga.

Um dia antes da data em que a editora afirmou ligar para dar a resposta, estava confiante. Meu pensamento era sobre aceitar ou não o emprego. Informações internas diziam que não era o melhor lugar do mundo a se trabalhar. Correria, pressão, estresse, qualidade duvidosa de vida. Até que esses não eram problemas. Jornalismo dizem que é isso. Meu serviço para a sociedade seria garantir informações para que os investidores das empresas papel e celulose e transporte e logística tomassem decisões mais sábias ao comprar e vender ações e, consequentemente, ganhassem mais dinheiro.

Novamente não era o que eu queria. O problema é que não sou muito bom em lidar com a insegurança. Não saber se vou conseguir pagar o aluguel, correr o risco de voltar para a casa dos pais. Se bem que essa é a resposta coerente, racional. A verdade é que a sensação de falhar, de não conseguir, de não ter um emprego, de não estar caminhando sentido ao rumo profissional, me faz querer apressar as coisas. O tempo urge. Não posso ficar para trás no mercado de trabalho. Estava disposto a aceitar a oferta.

Parece que a editora também gostou de mim. Dizem que ela ia me ligar para contar isso. Dizem que fui a segunda opção e, caso ela volte a precisar de alguém no futuro, lembraria de mim. Quem me disse isso foi a primeira colocada, Caroline Castro. Fui preterido. Estava para trás no mercado de trabalho.

Ainda restava o Uol. A salvação esperada até o último minuto. Antes do dead line. Antes da decisão de operar ou não o joelho. Não fui bem no teste, a editora sequer chegou a conversar comigo, informações diziam que o jogo tinha cartas amigas de pessoas de escalões mais altos da empresa marcadas. Mas eu queria o emprego. Melhor proposta financeira, empresa de nome. É a área que sonho atuar? Claro que não. No fantástico mundo do jornalismo por algum motivo que são meramente conceituais e nada factíveis “entretenimento” inclui desde o fato do Gianechini (sei lá se é assim que escreve) usar camiseta regata no show da Amy Winehouse (ai que brega gente) até cinema, arte, e essas fitas que eu até acho mais legais. Essa vaga eu queria. Queria de verdade. Queria tanto que até me enganei achando que tinha chance, embora os fatos dissessem o contrário.

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Operei o joelho. A decisão estava feita. Pelas contas, um mês de molho. Ia aproveitar o tempo para estudar. Estudar o que eu gosto. Eu curto conflitos sociais, curto a sociedade. Curto ver o que está errado nela e ver uma forma de mudar isso. “Olha lá. Olha o Felipe. Quer mudar o mundo. Que idealista. Que bonitinho. Que babaca. Que subversivo. Que rebelde. Que adolescente”. Já espero esse pensamento.

Meu estudo era ver documentários. Zeitgeist (http://www.zeitgeistmovie.com/). Já tinha visto o primeiro e o segundo e aguardava ansiosamente o lançamento mundial do terceiro, que teve exibições gratuitas em todo mundo no dia 20 de janeiro (se não me engano) e posterior liberação na integra no YouTube (também vai rolar para download, mas ainda num colocaram lá. Tudo de graça). O filme de 2h41 foi visto quase três milhões de vezes, mas ninguém na mídia falou sobre ele.

Também vi outros, como o “I love Capitalism” do Michael Moore ou o “The Corporation”. Mas o Zeitgeist merece atenção especial por um motivo pessoal que explicarei dentro de alguns segundos (aproveita pra ir tomar uma água):

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O primeiro, por exemplo, fala basicamente sobre fatos que moldaram a forma de pensar do homem, como “a lenda” de Jesus Cristo, ou o fato do 9/11 ser tudo uma grande armação para disseminar a cultura do medo, atingir interesses corporativos específicos, e cultivar o domínio de quem está no poder sobre a população.

Embora não vá me estender nesses assuntos agora (talvez comente algumas coisas em separado no futuro deste blog que você não lê), superficialmente falando, e roubando parte do argumento de Galeano, eles colocam as teorias como uma grande verdade verdadeira. Não sei sobre Jesus, embora os argumentos sejam bem coerentes, assim como o do 9/11, mas acredito que a religião, católica e protestante, tem o papel de manipular as pessoas. Não que exista uma alma do mal controlando a religião e o mundo, mas o negócio já está arraigado na sociedade. Boa parte (eu diria a maioria) de quem faz a religião hoje acredita sim que está trabalhando para atender os interesses de Deus.

O primeiro filme, assim como o segundo, também fala sobre como o sistema monetário funciona (usando como parâmetro o americano e a história, mas que, com algumas adaptações, serve perfeitamente para o Brasil e a maioria dos países). Defende que as corporações que controlam o mundo (o que eu acredito também).

Mas chegando finalmente no terceiro. Além de apresentar mais sobre o sistema financeiro, e falar sobre o projeto Venus, que é uma opção (que para mim é uma excelente opção, mas só viável caso tudo exploda e comece de novo) de organização da sociedade em que se baseia em recursos naturais e na tecnologia e não no dinheiro e petróleo como é hoje. O documentário começa falando que o ser humano não é ruim, por exemplo. Usando argumentos de professores que assinam com o nome de renomadas universidades desse mundão (ou só dos EUA, num sei), mostram que tudo é resultado de como a pessoa vive, que informações as pessoas tem, de como as necessidades básicas são atendidas. Eles partem dessa base para mostrar que a sociedade, as coisas em geral, não são assim porque sempre foram assim. São o que são porque a sociedade mantém esses valores e assim são perpetuados.

Esses valores são poderosos. Eles atuam sobre todo mundo. Atuam até sobre quem quer começar a lutar contra, como eu. Meu objetivo é ficar tranquilo com minha situação de desempregado. Tenho uma folga financeira por um tempinho, tenho o suporte de meus pais que me deixam ficar na casa deles um tempo a fim de gastar menos do que o faria se estivesse em minha casa de São Paulo. Na minha cabeça, minha situação é invejável. Sou a pessoa mais sortuda por ter a opção de não escolher o primeiro emprego que aparece.

(com a devida liberdade que eu tenho ao escrever no meu blog, esse é outro problema fundamental do capitalismo. Ninguém segue sua vocação. A grande gigantesca maioria das pessoas acaba fazendo o que vai garantir o dinheiro para pagar a conta da Telemar, dar comida pras crianças, pagar hipoteca, deixando de fazer o que gostaria de fazer. O principal é o dinheiro, mas quando se trabalha por dinheiro, não se trabalha tão bem. Isso, em larga escala, torna a sociedade como um todo menos produtiva. É o oposto do que defendem os amantes do capitalismo, que acreditam que a competição leva à evolução. Para mim a competição dessa forma leva à evolução do que não é prioridade. Por amor à ciência Einstein pensou na teoria da relatividade, por amor ao dinheiro Steve Jobs idealizou o IPad. É meio que provado que existem doenças que não tem cura por falta de interesse da industria farmacêutica. Ou até tem cura, mas simplesmente não é divulgado [Aguardem o documentário do Galesta]. Isso é amor à ciência, às pessoas, ou ao dinheiro?)

Mesmo sabendo disso tudo, sempre tem aquela força que nos faz fraquejar. Dá vontade de seguir o que é considerado certo, ter como primeira preocupação pagar as contas, atingir a independência financeira, que desde que eu me conheço por gente minha mãe pede de presente para o papai Noel. Hoje eu fico feliz por ter sido preterido na agência. Ou melhor, me esforço para pensar assim, tenho certeza absoluta que seria infeliz por ir contra tudo que eu acredito nesse momento. Mas é foda ficar desempregado.

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“Vai mudar o mundo então, nerdão”. Issqueéfoda. Num tenho respostas. Quando você fala que está tudo errado, que nada faz sentido, que as coisas não precisam ser assim, que não tem cabimento um país ir mal porque um banco em outro decidiu fazer hipoteca da casa de quem não tinha condições de pagar (nem discernimento para saber que não podia pagar), todos acham que tem que dar uma solução no lugar.

Estou procurando as respostas. Num é mole. Não dá para apontar o comunismo, por exemplo, como saída. Até acho que é uma alternativa mais sustentável capitalismo e tenho argumentos que acredito ser o suficiente para desbancar quem diz que já foi testado e provou não dar certo. Mas também não encontro nele uma resposta definitiva. Tudo continuaria girando em torno do dinheiro.

Andei pensando que uma forma de fazer alguma coisa é conversar com as pessoas sobre o assunto. Assim, meus assuntos acabam se tornando uma chata e acalorada discussão sobre o mundo. Até que o ambiente se torne desagradável. A Carol fala que problema é que eu só aceito as coisas do meu jeito. Eu, por outro lado, penso que a Carol tem razão (te surpreendi, né?). Maaaaaas.. também tem o fato de que o que eu ando me informando sobre é algo novo para a maioria das pessoas. Ninguém de interessa sobre sistema financeiro. Não que eu seja um expert, mas nem precisa ser. Todos acham que é complicado e nem eu entendo as complicações. Ele é vendido de forma complicada simplesmente para afastar o interesse das pessoas. Mas nem precisa entender a mecânica de cada derivativo para saber que ele é uma patologia do sistema. Confrontar paradigmas é agressivo. Mudar paradigmas não é fácil. Então a pessoa não se preocupa com nada além do que desqualificar seu ponto, o que é relativamente fácil, já que são cobradas respostas que eu não tenho. É tipo pedir para alguém ser 100% coerente. Duvideodó que dá.

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Hoje a tarde vi uma entrevista no Roda Viva de alguns anos atrás com o Patch Adams, aquele mesmo do filme com o Robin Willians que você e sua mãe viram juntos e choraram no final. Acontece que ele nem curte o filme e o buraco é mais embaixo do que fazer graça no consultório. Vale a pena investir uma 1h18 de sua vida (link). Ele diz que 90% das pessoas não pensam. Eu concordo, mas vai tentar mostrar para alguém que ele num tá pensando. Há fí.. ninguém vai aceitar né.

Eu digo ainda que a maioria das pessoas que pensam estão preocupados com espiritualidade. Não ligam muito para os problemas da sociedade, mas querem consertar seus próprios problemas. Eu não ligava muito para esses papos. Minha cabeça diz (ou dizia) que eu sou muito pequeno perto de todo o resto e a mudança tem que ser feita no todo, na em mim.

Quando meu joelho não funcionava e minha única locomoção era por meio de muletas, decidi passar um fim de semana tranquilo com minha família na chácara da minha tia em Itupeva (E daí?). Foi lá que desisti de levar discussões acaloradas em roda de bar (é sério e complexo demais para uma mente alcoolizada). Principalmente com seus tios.

Lá, em meio ao ócio bucólico da beira da piscina, encontrei um livro sobre a mesa: “UM NOVO MUNDO: O DESPERTAR DE UMA NOVA CONSCIÊNCIA”, do Eckhart Tolle (http://www.eckharttolle.com/home/about/eckharttolle/) . Para mim era um livro de auto-ajuda a la Gaspareto (preconceito meu também. Nunca li nada dele. Minha mãe que curtes), mas num tava fazendo nada mesmo. E “o despertar de uma nova consciência” me chamou atenção. No Zeitgeist falam disso. Não li muito, mas o bastante para abrir os olhos. Era tudo complementar. Mude você e o mundo. Uma coisa é ligada a outra. Não acho que mudar você é uma forma de mudar o mundo. Acho pouquinho e individualista demais. Mas não dá para mudar o mundo sem mudar você.

Minha memória diz que o livro fala sobre o ego. O eu. Que você precisa saber superar ele. Acalmar sua mente que não para de falar e sentir mais. Começa falando de um maluco que saia falando sem parar, acompanhando o pensamento, a cabeça falava mais que ele. Eu percebo que estou bêbado quando começo a falar sozinho quando estou no banheiro. Comento cada pensamento meu. Sóbrio, o pensamento não para, mas pelo menos a boca se segura.

Já encomendei o livro e ele chegou hoje, por meros R$ 20 no Submarino, pouco antes de ir para a pós. Organizar a mente, relembrar qual é esse papo do “ego”. Enquanto isso eu e minha mente fomos para a pós. Lá coloquei para fora meia página sobre o porquê das pessoas aceitarem as coisas como são enquanto o professor falava sobre o “Down and Out in Dublin”. Minto, não era meu antigo blog, mas o livro do George Orwell que inspirou seu nome e em que se via “Paris and London” no lugar da capital irlandesa. Além de fazer anotações de ideias de trabalhos que quero fazer na minha vida mas demandariam anos de dedicação, e as anotações que serviram de base para esse texto. Hoje foi a primeira aula de 2011 e percebi que estou menos judgmental em relação às pessoas, mais participativo e menos arrogante.

Quando acabou a aula, voltei rápido com o carro para não deixar o ímpeto de escrever essa caralhada de palavras. No caminho quase bato o carro com uma freada brusca em um chão escorregadio enquanto pensava no espiritismo e em como é inútil saber se existe vida ou não depois da morte. Agora, 3h18 da manhã, termino esse texto. Pretendo voltar aqui mais vezes, mas isso depois de ver alguns documentários que baixei do site http://docverdade.blogspot.com/, além de ler um livro que peguei com o Galeano: “Aprendendo a silenciar a mente”, do Osho. Quem sabe assim não aprendo a organizar melhor as ideias e, pelo menos, economizar algumas palavras.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Féria Forçadas de Verão

Aquele dia não choveu. O aguaceiro tradicional de todo final de tarde de verão em São Paulo deu uma trégua. Lá dentro, o que reinava era o ventilador ligado ao máximo, transformando tudo em peso de papel. Eles impediam que as folhas voassem pela redação. Era o marasmo de uma sexta-feira, 10 de dezembro de 2010, pós-fechamento da revista. A ansiedade perante ao “nada para fazer” era a espera pelas 18h, nem um minuto a mais. Hora de curtir a “saideira” com os amigos da editora no bar em frente ao trabalho.

Em um rompante, sorriso de canto da boca, ela entra na sala e quebra o ritmo do dia. “Preciso falar com os dois”. Dirigiu-se ao casal formado por colegas de trabalho, que quando estavam lá fora namoravam, mas fingiam quando estavam lá dentro. Fui o primeiro. Segundos depois retornei, bradando para todos da redação as novidades que já eram esperadas por mim (mas que nunca cheguei a acreditar piamente).

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Essa história começou muito tempo antes, na data que marca o início do que considero minha vida adulta. 13 de março de 2009, o dia em que retornei de minha despedida de minha meninice, vivido em terras irlandesas. Sem emprego, namorada, ou perspectivas, cheguei à casa de minha mãe disposto a virar um jornalista. Passaram-se seis meses até que encontrei o primeiro trabalho. Não era a ocupação dos meus sonhos, mas o salário era melhor do que poderia imaginar. Marcado como o emprego mais chato da história da humanidade, o cargo de assessor de imprensa de um finado banco do estado de São Paulo não foi muito longe.

Logo, de uma entrevista despretensiosa, e em minha concepção mal sucedida, saiu o emprego em uma editora. Revista mensal. Estava feliz da vida, apesar dos avisos de que o paraíso era longe dali. Mas era o que eu procurava. A chance de fazer o que gosto. Escrever, apurar, pensar no texto, ser publicado. A alegria era complementada pelos amigos, chance de voltar a morar sozinho, além do amor que lá encontrei. Aos poucos fui vendo que o paraíso realmente não existe.

Os “poréns” foram muitos. Pautas vendidas, salário baixo (o salário caiu com o emprego melhor), falta de comando. Não havia mais desafios, mais aprendizado. O que não fazia sentido era por mim questionado. O que não estava certo, era discordado. A relação desgastou.

Quando o time não ganha, demite-se o técnico. Desde meus primeiros passos na revista, me alertaram sobre a falta do bom futebol. Entravam e saiam jogadores, alguns esforçados e talentosos, mas o time seguia decepcionando. Novamente era preciso mudar alguma coisa.

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Com o sol preguiçoso do horário de verão, o happy hour daquele dia era especial. Era despedida de um amigo que partiu dessa para uma melhor (emprego, no caso). As palavras da chefe mudou um pouco o rumo da noite. “Estamos reformulando a revista. A experiência com freelas está dando certo, e vamos intensificar o ano que vem”. Agora era a despedida do casal também.

Por maior que seja a vontade de mudar, quando tomam a iniciativa por você nunca é legal. Mas “Deus dá o frio conforme o cobertor”. Como bom ateu que sou, preferi me agarrar a essas palavras. O clima melancólico, diluído por subsequentes copos de cerveja, se fundiu ao clima de confraternização. Uma alegria enviesada tomou conta da dupla e durou até o torpor final.

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Segunda-feira, enquanto os antigos colegas seguiam a extenuada rotina de fim de ano, reservei a manhã do meio-dia para limpar a casa. Os afazeres domésticos foram sucedidos pelo “Tropa de Elite 2” no cinema com a namorada e finalmente a aula de pós-graduação e uma cerveja final para fechar a noite.

A vida é realmente boa quando não se tem nada pra fazer nem hora para acordar. É dezembro, véspera de natal, época das merecidas férias que já haviam vencido. É como diria a Vodafone: “Make the most of now”. Mas quanto rende a rescisão? E o aluguel? Dá para aproveitar ao máximo sem ver minguar a conta bancária?

Ainda é o primeiro dia oficial de desemprego. São 1h36 da manhã e está na hora de meu Villarreal, que está subindo de produção após as contratações de Michael Owen e Giampetro Rossi, se movimentar. O time vem bem na Copa da Uefa. Meu play3 e o W11 me esperam. O irresoluto amanhã também.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

E71

Ultimamente eu ando com uma idéia fixa. Queria porque queria um celular novo. Desde que no dia do meu aniversário eu não soube lidar bem com a possibilidade de uma facada, eu estou com o antigo da minha irmã. O celular é uma tristeza, não carrega direito, os números da agenda somem e tem os botões pouco funcionais. Porém efetua e recebe ligações, que durante muito tempo foi o único pré-requisito para eu gostar de um modelo.

Hoje em dia existem facilidades na aquisição de um telemóvel, como dizem em Portugal. Abusei do programa de Pontos da Vivo, analisei meu orçamento e defini que queria porque queria um com conexão WiFi e 3G. Seria ótimo ter acesso ao Twitter, Orkut, MSN, Facebook, Wikipedia, Google Reader, Free Dictionary de qualquer lugar, a qualquer hora.

Comecei a pesquisar na internet. Utilizei do meu horário de trabalho para isso. Das 7h30 as 16h30 nem sempre tenho uma rotina muito puxada e, quando tenho afazeres rotineiros (como ligar para o gerente de um banco para perguntar onde estão os documentos da sogra do ouvinte que enviou uma reclamação para o programa Boca no Trombone da Radio Bandeirantes e descobrir que foi extraviado e ter que responder isso para o repórter mal educado ou selecionar as matérias do clipping diário ou escanear parte por parte do jornal e montar no Word pois os computadores de dez anos atrás da Nossa Caixa não possuem softwares adequados), eu evito ao máximo.

Portanto quando eu não estava travando uma batalha sem desistentes contra o acesso ao msn por meio do site do hotmail, que não permanece funcionando por mais de 6 minutos (todos os sites de redes sociais, programas de mensagens online e alguns blogs são devidamente bloqueados nesta estatal em que vos falo), estava pesquisando sobre modelos de aparelhos.

Gastei horas, dias (sem forçar a barra), até chegar ao que eu gostaria. Relação custo e benefício vantajosa e tudo mais. Mas não era simplesmente ir a loja e comprar e ou ligar para o atendimento e pedir. Por ser parte do programa de pontos e os celulares da minha casa estarem no nome da minha irmã (só o da minha irmã está no nome da minha mãe), a própria deveria entrar em contato para fazer o pedido.

Agora o próximo passo (de minha tara) era fazer com que minha irmã, que deu a luz a uma linda menininha (que eu não vi por mais de um segundo no dia seguinte ao parto e raramente perguntei sobre desde então) na última sexta-feira, deixasse de lado obrigações como alimentar a recém nascida ou dar atenção para seu primogênito, que provavelmente anda enciumado por não ser mais filho único (não sei se ele realmente está, pois não perguntei), e passar horas tentando ligar para a Vivo a fim de conseguir que eles me enviem o celular previamente escolhido, como ela havia sido instruída, e dividir a fatura em duas parcelas.

Não foi fácil. A Central de Atendimento Vivo andou deixando a desejar nos últimos dias e, com isso, seria necessária muita perseverança para conseguir o contato com sucesso. Esta perseverança necessitava de motivação e eu fiz minha parte por meio de minha mãe. Com cerca de cinco ligações diárias, instruía-a a entrar em contato com minha irmã a modo de pressioná-la para realizar a compra. (normalmente fazia essas ligações em minha uma hora de almoço, enquanto vago meio que sem rumo pelo centro de São Paulo procurando um bom lugar para sentar, sozinho, como todos os dias).

Finalmente minha irmã teve sucesso. Com dois dias de atraso, conseguiu arrumar um tempo em seus afazeres maternais e manter um contato bem sucedido com a Vivo. Deram um prazo de nove dias para que o aparelho seja entregue em minha residência. Até lá, terei que acessar Twitter, Orkut, MSN, Facebook, Wikipedia, Google Reader e Free Dictionary da escola, nas duas horas e meia que separa o momento em que eu chego a suas dependências vindo direto do trabalho até o início da aula.

Porém não pensem que fico o tempo todo na internet. Não senhore. Não tenho muito o que fazer na internet. No Orkut não há novidades faz uns bons dias. Em seguida entro no Twitter, onde geralmente não leio nada interessante e também não tenho muito a dizer. Tem o MSN, mas as pessoas online não me atraem, já que os poucos que se dirigem a minha pessoa querem saber como estou e eu não quero falar nem saber deles, e eu perdi a última pessoa que eu falava constantemente e com prazer recentemente (não. Ela não morreu). Wikipedia, Reader, Free Dictionary não há nada que eu realmente me interesse e queira saber.

Na escola eu normalmente fico esperando chegar alguém, ouvindo música. Penso em ver um filme lá, mas não sei fazer nada sozinho, e ler um livro estou com sono demais para me empenhar nesta atividade. Mas em cinema nem sempre as pessoas têm grandes afazeres à tarde, então elas chegam relativamente cedo (outros vêm direto do trabalho também).

Aí as coisas começam a mudar. Chega aquele cara legal, mas que as vezes está ocupado com outras coisas, depois chega aquela menininha pela qual você se interessa mais, depois chega mais um, mais outro, mais outro. Quando percebo já está uma turma e tanto, repleta de pessoas legais e interessantes, cheias de paixões.

A paixão maior, unanimemente, é o cinema. O fazer cinema, o assistir bons filmes, o falar de bons filmes. Com isso, os assuntos viram monotemáticos. Aquele viu todos os filmes do Trufault, o outro é fascinado por Kurosawa, o rapaz ali da ponta quer inscrever seu projeto em um edital e tenta descobrir como faz, e já fez filme, e tem dicas de como fazer um bom filme, sabe como o mundo funciona no mundo da sétima arte, e terminou o pré-projeto com três semanas de antecedência e tenta entender como você não está desesperado já que só tem uma semana para fazer o seu.

E eu fico lá, com meus Diego Souzas, Olimpíadas, Zelayas, meninas gostosinhas com tatuagem nas costas, empregos, festas, esperando a aula. Até as 19h30. Na classe, as imposições do MEC fizeram com que o professor bom que dava aula não venha mais e seja substituído por alguém nem tão bom e que está completamente perdido, pois não recebeu nenhuma instrução sobre o que é para falar para as cerca de 20 pessoas que estão sentadas lá ávidas pelo aprendizado de cinema.

Assim, a única coisa que me passa pela cabeça é a hora de ir embora. Frequentemente eu adianto este horário e ligo com antecedência para meu pai, atrapalhando seus afazeres, para que me busque na estação Alto do Ipiranga do metro. Não vejo a hora de chegar em casa, ligar meu computador e acessar Twitter, Orkut, MSN, Facebook, Wikipedia, Google Reader e Free Dictionary.

Não demoro muito nesses afazeres, logo resolvo ir dormir mais cedo para ter menos sono no dia seguinte (o que não funciona). Antes de ontem, adicionei o Skype a lista. Tive três conversas interessantes por meio dele desde então. Fui até xavecado e isso sempre é bom. Me empolguei um pouquinhozinho até. Ainda preciso achar outras coisas que me empolguem. Coisas essas que não deveriam ser um celular novo ou internet.

sábado, 19 de setembro de 2009

Bergman

Desde que comecei a trabalhar, cerca de duas semanas atrás, eu tenho uma hora de almoço em que fico andando sem rumo pelo centro de São Paulo (trabalho a 50 metros da praça da Sé). Certo dia fui tomar um café no Pátio do Colégio, estou ensaiando comer mais rápido para subir no prédio do Banespa, já fui almoçar no Shopping Light e já visitei alguns sebos da região.

Numa tarde, em meio a um monte de livros velhos, me deparei com um chamado “Cenas de Um Casamento Sueco” de Ingmar Bergman. Há tempos que queria saber mais desse sueco aí. Cineasta, todo mundo fala bem, inclusive o Woody Allen (“That whole group of films that came out then told us that Bergman was a magical filmmaker. There had never been anything like it, this combination of intellectual artist and film technician. His technique was sensational”).

Os sete reais que gastei é um preço mais do que acessível quando se trata do roteiro escrito por alguém que dizem ter essa grandeza. Não duvido da qualidade, muito pelo contrário, as 154 paginas do livro são uma aula de como construir diálogos bem elaborados (num é fácil rapá).

A história fala de um casal, Marianne e Johan, que vive muito bem, um casal feliz e completo, até que tudo revela ser baseado em mentiras e convenções e começa a ruir. It’s quite depressing. Tanto que na contracapa, Paulo Francis faz a advertência de que este livro não é recomendado para noivos e desafia qualquer um a beijar a esposa quando chegar em casa após ler ao livro.

Este livro me veio a mão em uma época que várias coisas me estava pensar sobre relacionamentos. Sendo porque uma pessoa aí adora falar sobre a falência de casamentos (há), seja porque eu vi o “De Olhos Bem Fechados” ou por uma coluna na Folha ou Estadão que eu li, nem lembro de quem.

O livro de Bergman e o último filme do Kubrick têm temática parecida. Eles falam, segundo minha visão dos dois (coisa que abre espaço para interpretação, como toda grande obra faz), do que dá errado numa relação a dois.

Fazendo uma simplificação indevida e injusta, o “Cenas” mostra como aqueles casais que fogem de discussão e tentam parecer para o mundo e para eles mesmos que vivem numa vida perfeita acabam deixando de enxergar a graça de tudo e, mesmo o amor estando ali, isso se torna menos importante.

“Uma pessoa tem de viver pelo instinto da solidão absoluta. Nessa altura, uma pessoa deixa de lamentar-se, deixa de afligir-se. É aí que uma pessoa, de fato, passa a sentir-se bastante segura e aprende a aceitar a falta de sentido da vida com uma certa satisfação”, diz Johan para Marianne.

Tanto que Marianne e Johan acabam trocando o relacionamento sem brigas, de jantares com amigos e almoços de domingo em família, por romances tórridos, instáveis, de brigas intermináveis, agressões físicas e sexo selvagem, deixando de lado esse papo todo de amor e família.

Mas não acho que essa seria a cabeça deles para sempre. Não são personagens rasos ou coisa do tipo e lendo minha impressão é de que não é bem assim. Não no geral. Para mim o erro não é o relacionamento, mas sim a forma como se encara.

Não vou propor a formula ideal (até porque eu não tenho. Num sei nem que eu quero da vida, o doido, como poderia falar uma porra dessa?), tanto no livro como no filme fica claro que isso tudo não é fácil, mas tem lá seus jeitinhos. Tem que, pelo menos, se esforçar né.

Mas é igual ao que o rapaz disse na coluna. Tem muitos maridos e esposas que dizem que casar os fez afastar dos sonhos. É claro que filhos e família te faz rever as prioridades, mas em grande parte dos casos esses maridos e esposas têm que agradecer aos companheiros. Agradecer pois o casamento é uma excelente desculpa para não assumir que o que os afasta dos sonhos é você mesmo. Agradecer pois com o casamento você se engana e não assume seu fracasso.

Depois da última página, depois da última conversa, depois de 20 anos desde o casamento de Marianne e Johan, preso a contracapa do livro, encontrei uma carta escrita em 18 de agosto de 1985. É uma carta dedicada a uma pessoa denominada “gatinha” e foi escrita por Ricardo.

Provavelmente uma carta que foi junto com o livro, presente com ou sem ocasião, em que Ricardo diz amar a pessoa com quem ele está tendo um “caso” nos últimos dois meses. Não é das melhores cartas. Escrita em um papel de carta que nossas irmãs colecionavam quando criança e sem grande conteúdo literário, mas cria a curiosidade de pensar no que virou um relacionamento desses. Essas coisas de sobre o que é o amor ou o que você acredita que é amor (já que era amor o que o Ricardo sentia).

Uma carta escrita menos de um mês depois que eu nasci, como ela foi parar em um sebo? Será que esse “amor” era fogo de palha? Será que foram casados? Será que ela nunca viu que aquela carta estava presa na contracapa (ela estava intacta)?.

Nunca se sabe o que vai acontecer daqui pouco mais de 24 anos. Nem o que vai acontecer no sábado que vem. Sentimentos, situações e pessoas mudam então o negócio é aproveitar hoje para fazer o que se tem vontade hoje né. To sabendo que é clichê, mas como eu sempre digo (que é outro clichê), clichês assim os são por um bom motivo.

Só não se pode criar muitas expectativas, como disse minha Tia Elcira, pois isso só gera ansiedade e não ajuda muito no resultado final das coisas.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Hoje é meu aniversário

Só para compensar a minha falta para com todo vocês, amantes do meu fabuloso blog, vou escrever algumas experiências minhas. Experiências estas que vivenciei esta noite. Neste, que de acordo com meu querido professor de storytelling (olha que poser o nome dessa matéria), é um filme que eu mesmo roteirizo, está pronto e só eu tenho acesso. Na verdade o problema é que ele as vezes não faz muito sentido.

Tudo começou comigo mesmo acordando no que seria a manhã de hoje e tinham algumas pessoas, que se não me engano eram minha irmã e minha mãe, na expectativa de eu acordar. Quando abri os olhos, fiquei espantado e não sabia o motivo de tanta empolgação. Eis que elas me contam que o dia de hoje, 20 de agosto de 2009, na verdade era 21 de junho (não sei de que ano), ou seja, meu aniversário.

Eu tinha me esquecido do meu aniversário. Em filmes o esquecimento do próprio aniversário normalmente simboliza que a personagem em questão está completamente perdida em sua vida. Não sei se estou tãaao perdido não, mas por via das dúvidas já encomendei um psicólogo. (FREAK)

Eu não estava em casa. Estava em São Vicente, se não me engano, na casa de praia de algum parente distante da minha mãe. Mas não era uma casa de praia comum. Era uma espécie de mansão nos tempos do colonialismo. A arquitetura se assemelhava em muito com a do Museu do Ipiranga, com a diferença de que tudo estava mais destruído e parcialmente tomado pelo lodo verde comum em locais com grande umidade.

Nos fundos da casa tinha um paredão, com aproximadamente uns cinco metros de altura, com uma porta no meio e do outro lado dava direto para o mar. Sem nem praia. Só o marzão. Do lado de dentro, um espaço onde estavam meus familiares e um escadarão que levava até as mesas com comidas e tudo.

Em certo momento fui ver o que tinha para comer. E o prato preparado por minha tia Elcira era salpicão de abobrinha (??). Não é meu prato favorito, como devem imaginar, e protestei com a falta de opções. Mas este meu protesto não agradou aos presentes, que protestaram contra a minha pessoa. “Você reclama de tudo. Nunca acha que nada está bom. Você não se permite ser feliz, essa que é a verdade”, disse meu tio Zima.

Argumentei, contrargumentei (é assim que ficou depois da reforma? Only God knows), usei inclusive alguns argumentos que ele interpretou como dúvida de sua capacidade de jogar bola nos tempos da juventude. Todos sabem (ou não.. nem eu sei direito) que Zima foi um grande jogador na juventude, tendo atuado pelo Corinthinhas de Presidente Prudente (por pouco tempo.. só nos juniores se pá).

Para provar que eu estava enganado, Zima lançou mão de uma fita de vídeo (nisso já estávamos na sala da casa, comigo deitado em um sofá e meu pai no outro). A fita que provaria o talento futebolístico de meu tio, era um jogo entre Corinthians e Santos na Vila Belmiro. Um jogo antigo, Ewerton (que no sonho era com V) e Gil eram a dupla de ataque do Timão. Acho que era a época do que o Parreira classificou como o melhor lado esquerdo do mundo, com Gil, Ricardinho e Kléber Chocolate (mas na verdade não sei se o Ewerton ainda estava neste time na época... Acho que não). Não sei o que meu tio queria dizer com esta fita, mas o sonho não me permitiu descobrir.

Quando vi de novo, estava na praia já. Minha tia Eliete me deu uma prancha para ir lá pegar umas ondas, passei parafina e fui. Fui de camiseta para não ficar com o peito machucado. Estava remando para passar pelas ondas e ir até a arrebentação. Tinham alguns surfistas por lá, mas quando olho para o lado esquerdo tinha um Palio Weekend cinza que era usado como taxi boiando. Estranho né?

Logo eu fui entender. A cidade, não só o casarão em que estava hospedado, era bem antiga e com essa parada de aquecimento global e tudo, o mar encobriu algumas ruas de paralelepípedo. Mas só enchia nas marés altas, quando vinha uma onda e a população local se adaptou com a situação. Então o pessoal estava sempre pronto para ficar dentro do mar e, em seguida, ficava tudo sem água de novo. Quando eu vi estava com a prancha de baixo do braço e esperei até a próxima onda para retornar para a orla marítima. Não queria ir andando né...

A noite ainda teve muito mais. Teve de conversas com ex-amores e até algum homossexualismo (coisas que não quero revelar ou que eu não lembro mesmo). Mas foi isso. Um filme que só eu vi, mas agora vocês leram. Só resta a vocês dar uma trabalhada, vender para os estúdios de Hollywood e ganhar milhões... Yes you can.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Auto-retrato

A história é o seguinte. Tenho que falar de mim mesmo, cinematograficamente, em um minuto, artisticamente, subjetivamente, demonstrando neste tempo que eu sou uma pessoa superior a todo o resto da humanidade.

E como vocês sabem, não sou capaz disso. Tá ligado né? Como vocês me auto-retratariam?

Ps.: Se alguém falar que auto-retrato deve ser feito pela própria pessoa eu vou pessoalmente te fazer um fio terra.. sem cortar a unha...

Ps2.: Se você for uma mina e comentar isso, saberei que você está querendo.. então eu cortarei a unha e irei com carinho e amor. Daí é só relaxar que vai que é uma beleza.

Ps3.: Amo vocês.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Na bad?

“Olha aquele cara sem a perna e você aí reclamando”. Odeio esses papos. Tipo, porque existe uma pessoa em situação pior, devemos estar sempre 100% satisfeito com a vida? “Sua mãe morreu? E daí? Eu vi na TV um cara que perdeu a família toda num acidente de carro. Está chorando de barriga cheia”.

Não dá para viver num mundo de desilusões onde tudo parece horrível só porque há algo que te desagrade, mas também não dá para “criar um mundo de encanto, onde tudo é belo” só porque tragédias não te acometem todo dia. Vejam a situação desse rapaz e deem sua opinião:

Jovem adulto, embora não tenha realizado nada da vida que o livre da adolescência (a não ser o fato de já ter terminado a faculdade), latino americano, sem dinheiro no banco, sem parentes importantes e vindo do interior. Possui todos os membros do corpo, uma saúde que, embora as vezes dê uma falhada (como em todo ser humano), é considerada boa e uma inteligência considerável, apesar de não exercitá-la com freqüência.

Bem raramente utiliza de transporte público. Já teve essa experiência no passado, com trens lotados e pessoas insistindo em chupar uma mixirica ou comer esfiha do Habibis no meio de todo mundo com o claro objetivo de empestear o ambiente abafado com aquele cheiro forte que enjoa os demais, mas está livre disso.

Não. Não é que tenha carro próprio ou coisa que o valha. O fato é que em sua vida cotidiana não percorre longos caminhos. Seu único dever diário é um curso que faz perto de casa, no meio da tarde, e cujos conhecimentos devem lhe ser pouco útil no decorrer de sua vida (se bem que todo conhecimento é um conhecimento. Ou como diria Rodriguinho SB, vale até ler Lair Ribeiro.)

Sua pouca atividade diária se deve a situação mais incomoda de sua vida no momento. Está desempregado. Não. Isso não significa uma vida desprovida de dinheiros (sic), afinal seus pais, embora não sejam ricos ou coisa que o valha, lhe proporcionam uma boa renda. Mas aí que mora o perigo.

Jovens adultos não gostam de depender de providencias dos pais (nem das Divinas). Gostam de ser auto-suficientes. Ficar livres para gastar todo seu rendimento com álcool, doces (seja em chiclete e bala ou naqueles papeizinhos), profissionais do sexo, apostas ou o que for que dê vontade. Não que o nosso rapaz em questão faça tudo isso (sempre), mas ele já experimentou liberdade semelhante e gostou.

As vezes fica dias e dias esperando, cheio de confiança, uma resposta positiva. Resposta que as vezes nem se dão ao trabalho de enviar. Também existe o desgaste de mandar currículos, preencher fichas e passar por entrevistas que tem a ver com sua área, mas não animam nem o entrevistador.

Já pensou em arrumar um emprego qualquer. Que lhe garanta uma remuneração fixa e pelo menos pague a “conta da Telemar”. Mas nosso herói se recusa (por enquanto) a se submeter a um emprego que seja menos satisfatório e rentável do que serviço de quarto em um hotel de outro país, posição que já lhe rendeu a liberdade citada anteriormente.

Nosso rapaz (que a essa altura já deve ser muito querido por todos vocês) também é desprovido de amor no coração. Ele não sabe se isso é bom ou ruim, que fique bem claro, mas influencia seu dia-a-dia. Como euzinho mesmo já disse em um antigo e efêmero blog, “Sempre precisamos de algo que nos completem, to fulfill your life”.

Para esse que agora já posso chamar de querido amigo, a saída são relacionamentos efêmeros, festas noturnas e álcool (itens muito onerosos, diga-se de passagem). Esse clichê da vida de solteiro funciona (assim como todos os outros clichês, que se não fossem bons não recebiam esta alcunha) e até anima uma vida eterna desta forma.

Mas é igual o Hank Moody (David Duchovny) no Californication. Vive uma vida muito boa, faz sexo sem compromisso com mulheres lindas, mas trocaria tudo para ficar ao lado da Karen van der Beek (Natascha McElhone, que tem uma cara meio estranha as vezes mas é uma grandiosa gracinha) e da filha. Mas sua vida boa de solteirão as vezes é tentadora e ele põe tudo a perder. “E põe tudo a perder”.

Recentemente nosso o glorioso jovem adulto em questão (eu já amo esse menino já) até sentiu fibrilações mais fortes, mas sem grande futuro (por razões [mil fita] que não poderei revelar). O fato é que essas reações causadas por outro ser humano do sexo feminino (claro que um rapaz tão perfeito é macho [se bem que os gays costumam ser seres humanos melhores {é o que dizem}]) o agradaram bastante.

Mas será que este partidaço (se não fosse desempregado, eu o indicaria a minha filha) abriria mão deste dia-a-dia repleto de prazeres efêmeros assim? De supetão? Nem ele sabe. Só por grandes amores. Mas todos sabemos que grandes amores não estão disponíveis em prateleiras de supermercado.

Também existem aqueles sábados a noite chuvosos e frios, quando se está com preguiça e só quer ficar de boa, de baixo da coberta, ver um filme na TV. Existem os domingos a tarde de sol na paulista, visitando o Espaço Unibanco e tomando um suco de açaí. Prazeres da vida que ó, solteiro, “NO WAY”.

Daí é assim. Tem dias que está feliz, canta no chuveiro, caminha tranquilamente no sol de inverno, para para ver as capas de jornal e revista na banca. E tem dias que está na bad. Pode?

sábado, 11 de julho de 2009

¿Que Prefieres?

Ter um envolvimento em uma festa com uma menina toda bonitinha, pequenininha, simpática e de família. Daquelas que você tem vontade de levar para jantar, andaria de mão dada no shopping, mas não te faz nem considerar dar uminha no banheiro.

OU

Aquelas minas que são meio safadas, ta ligado? Digo safadas num jeito bom até. Aquelas que te fazem querer mais que tudo dar uminha. Você quer tanto que nem considera levá-la para jantar e/ou andar de mão dada no shopping. Você quer tanto dar uminha com ela que não consegue pensar em outra coisa e, depois que você tem sucesso, só pensa em dar outra.


(Obs.: Não existe a opção de juntar os dois ou de um meio termo. Afinal, se houvesse uma possibilidade plausível de juntar os dois ou um meio termo, eu estaria rumando para Las Vegas ara ter o Elvis como pastor do meu casório e não estaria brincando de ¿Que Prefieres?)

terça-feira, 7 de julho de 2009

Sonhei com o Corinthians

Era uma sexta-feira a noite e eu estava assistindo TV antes de dormir. De repente, ao zapear os canais, paro em um jogo de basquete na ESPN. Aparentava ser um jogo emocionante, final de partida, últimos minutos.

Mas o mais curioso era uma das equipes envolvidas. Corinthians-Los Angeles Lakers. Os dois clubes fizeram uma parceria para participar do Campeonato Nacional de Menores (esse era o nome do campeonato, com uma influência de português de Portugal {pelo menos esse “Menores” me soava bem lusitano no sonho}). A partida era a grande final da conferência Oeste e, se não me engano, o adversário era o Cleveland Cavaliers.

Já estava no final da partida e o time parte brasileiro se sagrou campeão. Muita festa na quadra e a torcida gritava “Timão” com um sotaque inglês, o que me causou surpresa. Me perguntava como todos sabiam do “Timão”. O time era basicamente formado por americanos, mas mesmo assim apostavam no “Timão”.

A surpresa cresceu ainda mais quando alguém lá da quadra grita “Um abraço para o Bruno Aleixo e para as calças curtas” (??). Fiquei intrigadíssimo, mas como não sou corintiano e não me empolguei com essa conquista, fui dormir.

Acordei intrigado, mas isso já era dias depois. Fui pesquisar no Google. Não entendia como ninguém tinha falado disso. Era algo interessante para a mídia nacional. Coloquei no Google todas as combinações de procura possíveis, mas nada. Comecei a duvidar se realmente tinha visto aquilo ou se tinha sido um sonho. Tinha certeza que tinha visto então minha conclusão foi: “O Google, a melhor coisa já criada pelo homem, me deixou na mão pela primeira vez”.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Lembram do iraquiano?

O que diferencia dias bons dos dias ruins é o meu humor e a forma como eu encaro as coisas. Na verdade nunca acontece algo profundamente muito bom ou profundamente muito ruim, ficando tudo basicamente na mesma, o que é ruim... ou bom... dependendo do meu humor e da forma como eu encaro as coisas. Entenderam?

terça-feira, 23 de junho de 2009

E esse então?

Hoje eu estava em minha casa, quando recebi a visita de uma amiga minha que eu não poderei revelar quem é. Minha casa tem aquelas salas que são separadas da cozinha por uma bancada, sabe? Então estávamos conversando sentados à mesa da sala de jantar, que assim como a cozinha tem uma decoração com detalhes alaranjados, conversando enquanto a empregada lavava louça distraída na pia.

Não lembro exatamente o assunto que abordávamos, mas de repente começamos a nos beijar. Ela já havia dado mole e essa visita não enganou ninguém. O beijo não era dos melhores, ela tinha uma língua meio dura que invadia minha boca meio sem jeito, mas, sabe como é, já que ta, que vá.

Segundos depois, incomodada pela presença da empregada e com pensamentos sujos na cabeça, ela me pediu para mostrar-lhe meu quarto. Cumprido e com apenas uma cama de solteiro no fundo com os pés virados para a porta, meu aposento nos recebeu e logo nos encaminhamos para a cama. Daí você sabe o que acontece nesses momentos. As coisas esquentaram e fomos para uma atividade carnal.

Não entrarei em detalhes (afinal só lembro de alguns), mas em duas oportunidades ela sem querer caiu da cama. Foram acidentes e eu estava gostando daquilo. Não, não fazia amor, mas sempre sou carinhoso no fazer sexo (ou pelo menos eu sempre tento agradar mais do que ser agradado. Tento). Entretanto em dado momento fui interrompido.

Ela afirmava que ela não era objeto e que eu deveria tratá-la melhor. Ela queria um sentimento e afirmava que não queria aquela coisa tão fria. Confesso que não entendi. Ficava pensando se havia feito algo inconscientemente, mas para mim tinha dado meu melhor. Estava gostando, não estava fazendo amor, mas estava achando aquilo tudo uma ótima idéia.

Não queria parar e não sabia estar tratando-a mal, mas ela quis. Até tentei argumentar, mas logo no inicio fomos interrompidos por minha irmã, que adentrou meu quarto para fazer um não sei o que. Ficou pouco e se foi, enquanto nos escondíamos nos lençóis e na penumbra do quarto que era iluminado por um pequeno feixe de luz do sol que entrava pela janela.

Quando minha irmã deixou o quarto, minha querida (cada vez mais) amiga já colocava sua blusinha verde musgo. Ainda tinha esperança de continuar com a ação, mas ela parecia irredutível. Pedi desculpas, ela disse que esse tipo de coisas não tem desculpas. Eu acordei.

domingo, 21 de junho de 2009

Aniversário

_ Aguenta uma facada?

FFFFUUUUUUUUUUUUUU

And the enemy wins

quarta-feira, 17 de junho de 2009

O que será que quer dizer?

Hoje estava andando na rua sozinho e tranqüilo, quando ao passar ao lado de um prédio parcialmente abandonado começo a ouvir alguns tiros. O barulho ia crescendo e, curioso, quando olho para cima vejo uma guerra entre facções criminosas rivais. Um grupo intruso tentava tomar lugar dos que comandavam o prédio em questão. Fuzis eram postos em ação pela janela, chegando até a dispararem em minha direção, mas eu estava protegido por uma grande muralha.

Ao invés de sentir medo com toda aquela situação, fiquei empolgado. Pensei em tudo que me desagradava em minha vida, a falta de emprego e, as vezes, de motivos e vi no crime uma alternativa viável. Pensei também se havia histórias de playboys como eu que se envolverão pela vida emocionante de um criminoso, vivendo pouco como um rei.

Tomei a decisão rapidamente e, para procurar algum tipo de envolvimento, subi uma escada que começava logo depois da muralha. A escada era longa, devia ter uns 50 degraus em curva. Logo na primeira virada, encontro um grupo de meninos e meninas em situação de rua.

Quando passava por eles, uma menina me pediu dinheiro. Para fazer uma média com o pessoal da área, meti a mão no bolso para desembolsar algum. Foi então que eu percebi que estava com uma bermuda de surfista, sem bolso e, portanto, estava sem carteira e/ou dinheiro.

Prontamente me desculpei, explicando a situação e a garota, muito simpática, me entendeu e assim prossegui minha busca. Mais a cima, chego em uma praça lotada de pessoas em situação de rua e moradores da área.

Era o que procurava, mas antes de abordá-los, fui abordado. Um rapaz de aproximadamente 18 anos me pedia dinheiro também, mas desta vez de forma mais agressiva. Foi aí que comecei a repensar minha opção pela vida do crime, já que eu não tenho culhões para isso. De pronto me justifiquei dizendo que não tinha dinheiro. Porém este não acreditou e estava começando a se enfurecer comigo. Lembre-se que seus amigos também estavam em volta me olhando e prontos para entrar em ação caso fosse preciso.

Tudo não demorou mais que poucos segundos, mas para mim pareceu uma eternidade. Só fui salvo quando a menina que havia encontrado na escada apareceu e explicou a situação, dizendo que eu era gente boa. Estava salvo.

Quando estava me distanciando já, o rapaz veio ao meu encontro. Abraçou-me e veio falando em tom amigável. Porém suas intenções não me agradavam muito. Queria me abusar sexualmente ou, em outras palavras, queria comer meu rabo.

Minha atitude foi tentar me esquivar gentilmente. Estava com medo, mas não queria liberar para o rapaz. Para minha sorte, assim que viramos a rua, tinha uma viatura da Guarda Municipal parada com o policial do lado de fora. Quando estávamos passando, o guarda notou que algo estava errado e parou o rapaz. Provavelmente por ele ser negro e estar mau vestido, dirigiu toda sua atenção para o meu possível violador anal.

Para minha sorte o oficial nem veio falar comigo, já que estava sem documento algum. Assim segui meu caminho para casa com todas as pregas e demovido da idéia de entrar para o mundo do crime.

Porém, mais uma coisa me chamou atenção neste caminho. Ainda estava longe de casa quando vi um grupo de cerca de 15 pessoas caminhando tranqüilamente na rua, indo e conversando animadamente. Quando me aproximei, percebi que se tratava de grandes nomes da MPB e da intelectualidade brasileira.

Não lembro exatamente que estava, mas logo puxei assunto com um que, se não me engano, se tratava de Vinicius de Morais. Simpaticíssimo, foi seguindo comigo se tratando de assuntos aleatórios até que chegamos a porta de um sobrado. Alguns entraram e outros ficaram fazendo uma hora ali fora.

Estava torcendo para ser convidado, mas a Maria Bethânia, que estava abrindo a porta para todos, não o fez e um rapaz com rabo de cavalo (no cabelo) somente sorriu simpaticamente em minha direção e entrou.

Fiquei um tempo lá fora. Zé Ramalho me cumprimentou com um beijo no rosto e trocamos algumas palavras, mas com quem eu mais falava era Vinícius. Certo momento ele me zuou por causa de minha barba e perguntou se ela fazia sucesso com as garotas. Neste momento olhei ao arredor e percebi que havia duas garotas de minha idade. Uma estava com seu namorado e mais próxima, a outra estava na varanda do sobrado.

Ela tinha o cabelo meio curto meio cumprido, desses modernos, tortos, com somente um dread na parte traseira direita da cabeça e uma fita laranja prendendo-o. Ela tinha um piercing na sobrancelha e outro de argola no nariz. Anda por cima era linda, uns 10 cm menor que eu. Ou seja, meu número.

Continuei conversando com o Vinícius, mas não lembro muito do teor da conversa pois estava mais interessado na garota. Numa distração, quando olhei para cima ela não estava mais lá. Fazer o que né.

Vinicius já estava se despedindo de todos e, como eu sabia que não ia entrar, também. Foi quando sinto alguém tocando minha mão por traz. Quando olhei era a garota. Ela olhou para mim e sorriu. Sabia que esta estava no papo, mas não tinha pressa. Estava lá e não ia fugir. Demorei alguns minutos e em seguida puxei papo. Logo tomei a iniciativa de pegar em suas mãos e ficamos conversando animadamente. Lembro que falamos sobre minha barba. Perguntei se ela gostava... Antes de sua resposta, eu acordei.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Convite

O assunto é o seguinte. Como todos mamíferos, eu também faço aniversário. Este dia será no próximo 21 de junho. Porém, na próxima sexta-feira (19 de junho de 2009), um evento de comemoração será realizado na Neu Club (Lê-se “Nói”, já que a palavra vem do alemão e quer dizer novo) ( http://www.facebook.com/group.php?gid=35005383258 É Site?).

É um lugar descolado, cheio de gente bonita e interessante e música de qualidade. É a melhor festa da semana segundo a Times Magazine. Toda sexta-feira o clube apresenta uma banda e nesta, se não em engano, será o Pullovers (Banda revelação de acordo com a People Magazine).

Portanto, não faltam motivos para comparecer.

Se você gosta de mim, sente algum tipo de afeto ou me acha um bom partido, compareça para me dar um abraço, me fazer feliz ou me xavecar.

Se você não vai com a minha cara ou me considera um verme, compareça para me dar um cuecão ou coisa que o valha.

Para mim, será fundamental sua presença, já que eu ganho uma mini garrafa de espumante a cada 15 pessoas que comparecerem com o nome na lista (Dividi-la-ei com todos vocês, me privilegiando somente do estouro), além do fato de amar todos vocês do fundo do meu coração, em ambos os casos supracitados.

Caso estejam interessados, enviem seus nomes para mim por e-mail para incluí-los na lista de convidados. Podem chamar todos seus amiguinhos e amiguinhas caso desejem (afinal é um lugar público, vai quem quer). O preço é R$10 não importa a hora que você chegue. Se não tem nome na lista, é R$15. Ou seja, caso você vá e não me mande seu nome, beberá uma cerveja a menos.

A Neu Club fica na Rua Dona Germaine Burchard, 421 - Água Branca. É do ladinho do Parque Água Branca e pertinho do Vila Country ou do meu glorioso Parque Antártica. (Google Maps: http://maps.google.com/maps?t=h&hl=en&ie=UTF8&ll=-23.529642,-46.670072&spn=0.00907,0.013819&z=16)

Para mais informações: 99506788, feraboni@hotmail.com.br ou Felipe Floresti (no caso de orkut ou Facebook) ou http://twitter.com/Feraboni ou http://umqueleia.blogspot.com/.

(por enquanto não aceitam cartões de crédito e débito, portanto levem dinheiro, grana, cash, afinal eu não sou mãe de ninguém aqui) Beijo no coração de todos

Felipe Floresti
4345-1228
9950-6788

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Pergunta da Semana

Se você fosse uma festa de aniversário em uma balada, em que dia você aconteceria?

1- Sexta-feira. É mais barato e tem um mini-espumante (se pá).

2-Sábado. Afinal, a data é domingo e na virada seria um arroubo.


Respondam. Eu sei que vocês conseguem. Podem comentar a resposta.