sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Quem sou eu e por que eu escolhi o jornalismo como profissão

Depois de meses de estágio voluntário finalmente me surge a grande oportunidade: “Quer trabalhar na Federação Paulista de Futebol?”. Enfim um trabalho remunerado. Meu esforço seria a partir de então recompensado monetariamente e trabalhando em um lugar onde um sem número de pessoas do país do futebol gostaria de estar. Ter acesso a partidas de futebol, jogadores, dirigentes, técnicos e todos os que aparecem diariamente no diário esportivo de sua preferência.

Mas se passou mais de um ano e uma suspeita de início se confirmou. O esporte não pode ser minha vida. Nada contra o futebol, que me dá inúmeras alegrias e tristezas, mas contra a essência da minha concepção do jornalismo que quero fazer.

“Que bom que você trabalhar com esporte. É o que você sempre quis né?”. Na verdade não, mas não culpo quem me imagina desta forma. Boa parte dos rapazes que gostam de futebol e conversam de futebol querem um dia trabalhar com futebol. Não é o meu caso.

O esporte muda a vida das pessoas. Tornar-se um grande atleta tira um sujeito da pobreza do dia para a noite e, neste contexto, brilhantes histórias com brilhantes personagens podem ser contadas (isto falando do jornalismo esportivo de qualidade que se interessa por histórias individuais e não somente pela frivolidade do dia-a-dia).

Porém apenas uma pequena porcentagem se torna protagonista destas histórias, outros milhões seguem como coadjuvantes. Contar a história e a problemática destes que normalmente são os coadjuvantes é o tipo de jornalismo que eu quero fazer.

Não exatamente dos que tentaram o esporte. Mas normalmente dos que tentaram a escola, que tentaram a criminalidade, que tentaram o emprego informal ou que não exige formação, os que tentaram mesmo sem grandes oportunidades e de uma forma ou de outra conseguiram algum tipo de “sucesso” profissional e pessoal. O lado social é o que me encanta.

Eu, filho de uma família bem estruturada, sempre tive a meu dispor, às custas do suor dos meus pais, as portas abertas para todo o tipo de oportunidade para que eu alcançasse a profissão que eu desejava. Tornei-me jornalista.

Diferente de mim, nem todos têm essas oportunidades. Boa parte de futuros bombeiros, escritores, astronautas, músicos e cientistas param no meio do caminho, ou antes mesmo de começar, pois inúmeros fatores os impedem de seguirem seus sonhos.

Cabe a mim trabalhar para que a sociedade, que me deu oportunidades e às tira de outros, reverta esta situação. Para que todos possam se tornar os bombeiros, escritores, astronautas, músicos e cientistas do futuro.

Mas como eu poderia fazer esta contribuição? Denunciando os males e tentando de alguma forma abrir os olhos da sociedade para todas suas “doenças”, mas que grande parte das vezes passam longe dos seus diagnósticos e quase ninguém fica sabendo até que entre em um caminho sem volta.

“Mas não é muita pretensão querer mudar o mundo todo?” Sim. Mas antes a pretensão que a omissão. Antes entrar em uma batalha cujo objetivo é difícil de conseguir a desistir antes de dar o primeiro passo. Até porque, se nessa luta você consegue mudar o rumo de uma pessoa, você já começa a ganhar essa guerra.

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Este texto foi escrito para a inscrição no Curso Abril de Jornalismo.


Sem palavras

terça-feira, 17 de julho de 2007

'Parâmetros problemáticos sem solucionáticos'

Só uma revolução muda esta porra toda.

Eu explico.

Hoje, 17/07/2007, um avião da TAM derrapou no Aeroporto de Congonhas e depois de uma série de tentativas frustradas do piloto, bateu em um prédio da própria TAM e explodiu tudo. Morreu todo mundo.

Eu não sei quanto um prédio custa nem quanto um avião custa nem a vida de um monte de pessoas custa. Mas, deixando as pessoas de lado. Deixando a tragédia de lado. Vou explicar porque só uma revolução muda essa porra toda. E não é a crise aérea deste país, mas a crise social deste país e do mundo (ou do mundo não, pois em cada canto, cada país vive seu ‘parâmetro problemático sem solucionático’ especifico).

Dia 22/03/2007, uma quarta-feira chuvosa, um avião da BRA derrapou em uma das pistas do Aeroporto de Congonhas e a Infraero disse: “chega”. A pista foi interditada para ser submetida a algumas reformas para diminuir as derrapagens (tinha sido a quarta). No dia 29 de junho a obra ficou pronta, mas (sempre tem um ‘mas”) não ficou tudo pronto. O serviço de grooving, que são ranhuras na pista e servem justamente para aumentar a aderência dos pneus das aeronaves, ainda não foi feito.

Pelo aeroporto de Congonhas passam 80% dos vôos no Brasil e por ali circulam diariamente 47 mil passageiros. Sua importância é estratégica, seja em conexões, escalas ou pousos e decolagens. “Pera aí. Estamos perdendo muito dinheiro. Não dá”, pensou o pessoal da TAM e de outras empresas aéreas. “Libera logo essa porra”, completou.

“Tá firmão”, respondeu a Infraero. Mas para a imprensa respondeu: “por ser o período de inverno e tempo seco, não haveria problemas com a falta do grooving, que só deverá ficar pronto no fim de setembro”.

Pois é. Está chovendo desde domingo. Estamos em julho, logo, setembro está longe. Essa garoa chata intercala com momentos de chuva forte causando estranhamento para a população paulistana. Causou também a derrapagem de um avião da TAM, que, depois de uma série de tentativas frustradas do piloto, bateu em um prédio da própria TAM e explodiu tudo. Morreu todo mundo.

Irônico né?

Mas não vou entrar no mérito das quase duzentas pessoas que morreram. Vivo em um mundo capitalista e vou pensar com essa cabeça. Nessas horas que eu percebo que a nossa querida Rosa Luxemburgo (andei lendo) tinha razão. O capitalismo cria suas próprias crises, o que o torna um sistema insustentável.

Falta explicação né? Aqui vou eu.

Ninguém quer perder dinheiro. “Nem eu que sou bobo” (diz a frase popular). Nem eu que estou escrevendo um texto pretensiosamente anti-capitalista. Nem nosso querido Ernesto gostaria de perder dinheiro. A TAM também não queria. Apressou tudo, junto com as outras. “Estamos perdendo passageiros. Essa crise está nos fazendo perder passageiros. É grana no bolso indo embora. Abre logo essa pista”. Ninguém contava que ia derrapar. Ninguém contava que ia explodir. Mas explodiu.

“Que prejuízo heim rapaz”.
Pois é.

Eu não sei quanto custa um avião nem quanto custa um prédio (também não sei quanto custa as vidas nem o sofrimento das famílias nem todo o resto), mas eu sei que não é barato. Eu sei que no final, capitalisticamente (me dou a liberdade de criar palavras), o dono da TAM não está feliz na noite desta terça-feira fria e, infelizmente, chuvosa, afinal, um prédio e um avião traz prejuízo maior que o do atraso das obras da pista, sem contar as indenizações. “Ô dor de cabeça”.

(Deixando bem claro que o dono da TAM é só um personagem. Poderia ser qualquer outro de qualquer outra empresa grande deste país [já que meu foco é este país]. Nem sei quem é o arrombado do dono da TAM nem minha curiosidade pesquisatória me levou a procurar).

Está constatação é bem comum diante de tragédias. Mas posso lembrá-los de episódios que freqüentaram nosso recente noticiário e remetem a situações de cunho semelhante. (A semelhança principal é de que está tudo errado).

Alguns rapazes deixam uma festa (ou um boteco, balada, qualquer coisa) e estão passando de carro:

“Olha, uma puta”.
“HAHAHA”.
“Vamos zoar ela?”
“VAMO”.

Os quatro descem do carro:

“Sua puta”.
“...”
Um empurrão
“...”
“Vamos roubar a bolsa dela”.
“Só”
“Não!!! Larga!!!”
Um soco, um chute, outros golpes, bolsa roubada.

Já no carro:

“Puta mano, machucamos ela!”
“Foda-se. É puta mesmo, pega nada”
“Mas, mano, você não comeu uma a semana passada”
“Tem que comer e bater mesmo. Elas gostam”
“E se ela chamar a polícia?”
“Chama nada. É puta. Pega nada”
“É pega nada”

Ih. Dessa vez, estes jovens deram azar e bota azar nisso. Não era puta. Era uma empregada saindo cedo para ir ao médico. “Mas desde quando bater em pobre tem problema?”. Um taxista viu e anotou a placa. Dia seguinte: “Se fudeu playboy. É Cana”.

Todos presos (ou quase todos). “Meu filho é uma criança, não posso misturar ele com bandido?”.

Este é o ponto.

Definição de ‘bandido’:

Roubou para comprar comida – ‘bandido’
Roubou o relógio do seu filho usando um canivete – ‘bandido’
Traficou drogas – ‘bandido’
Foi roubar uma padaria, pensou que o caixa ia reagir, atirou e matou – ‘bandido’

Definição de ‘Menino que não sabe o que faz’:
Bater em pessoas indefesas na rua – ‘menino que não sabe o que faz’
Roubar uma câmera digital de um colega dentro de um colégio particular bem caro – ‘menino que não sabe o que faz’


A verdade é que dentro de uma prisão, dentro de uma cadeia, existem pessoas com o “grau de bandidagem” bem menores do que o dos quatro garotos.

“Ahh.. vai dizer que quem rouba e mata é melhor que esses que bateram?!?!”

Vou

Ou melhor. Não digo melhor ou pior. O problema é a natureza da ação.

Eu sou um jovem. Tenho 18 anos recém-completados.

“Vamos fazer um rolé gringo hoje?”
“Pô. Nem tenho grana”
“Vai todo mundo”
“Nem tenho grana”

Pá. Seqüestro relâmpago. “Já era playboy”. Arrumei cem conto, vou para a festa. Antes de chegar. “O neguinho” (meu tom de pele é até que claro, sou mais claro que o Ronaldinho, e ele não se diz negro). “O neguinho, sujou para você. CANA”. ‘Bandido’

Eu sou o tipo de cara que o pai do nosso ‘menino garoto que não sabe o que faz’ não quer convivendo no mesmo ambiente que seu filho.


Posso dar mil exemplos. Posso dar mil situações onde a pressão social fez um rapaz deixar de lado o que sua humilde mãe lhe ensinou (todos têm sua “Dona Ana”) e apostar no atalho para conseguir o que queria. Seja um tênis, uma namorada, um carro, um status, uma balada, um relógio, um celular, outra arma, mais amigos...

Qualquer atalho para atingir o objeto de desejo não é pacificamente aceitável, mas é justificável. Dá para enxergar com outros olhos, que não o do andar de cima da pirâmide social. Sem o ‘eles’ e o ‘a gente’.

“Mas, olha quanta gente consegue fugir do nada e ficar rico, ser importante”.

É verdade. Mas você não pode julgar, porque você não sabe como reagiria. (Eu digo você porque qualquer pessoa que tem a oportunidade de perder tanto tempo lendo um blog na Internet tem mais oportunidades de não precisar do ‘atalho’ que as pessoas em questão)

Mas voltando a nossos quatro ‘bom vivant’. Na natureza da ação, estes são simplesmente maldosos e tem um coração ruim. Não dá para entender nem justificar a ação deles. Ao contrario da turma dos sem-oportunidades-que-buscam-um-caminho-para-se-inserir-ao-capitalismo, cujas motivações são bem claras. Ninguém gosta de ser ‘bandido’ muito menos de ser bandido.

Com certeza você concorda comigo.

Mas, dos dois, quem vai sair primeiro da prisão? Mesmo que o juiz de pena igual para o ‘menino que não sabe o que faz’ e para o ‘bandido’. Quem sai depois de dois dias?

Lembra dos ‘meninos não sabem o que fazem’ de Brasília, que já não sabiam o que faziam há muito tempo e colocaram fogo em um índio. O que aconteceu com eles. (refrescando sua memória: http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2007/07/387617.shtml)

“Não pega nada”

“Mas e o nosso presidente? Eu não gosto dele, mas ele é um nordestino, ex-metalúrgico, ex-sindicalista, ex-socialista, que chegou à presidência do Brasil mesmo sem ter um dedo.”

É pessoal. Chegou. Louvável. Eu não votei nele. Não. Na eleição eu não tinha título de eleitor, na reeleição mudei de opinião dias antes. Mas a trajetória é louvável. (Mesmo o dedinho não sendo um dos dedos mais importantes. Queria ver ele chegar aonde chegou sem o polegar opositor).

Eu torci para dar certo (ainda torço). E em muitos aspectos deu. Em muitos aspectos o “nunca na história deste país” dele é verdade. Mas todos os crimes de que ele é culpado (disse culpado, então mensalão, mensalinho, sanguessuga e todo o resto não contam) comprovam minha tese.

Ao ler que nosso querido Luiz Inácio Lula da Silva fez aliança com o PMDB, apóia nossos não menos queridos Maluf, Collor, Severinos, Calheiros. Ao ver que em seu governo “nunca na história desse país” os bancos privados lucraram tanto, “nunca na história desse país” o número de pessoas milionárias cresceu tanto...

Tendo em vista tudo isso aí, que conclusão que eu chego?

Só uma revolução muda esta porra toda.

Explicado? Não né?

Ps.: Ao fim das investigações, CPI’s e tudo mais, sabem quem vai ser o culpado do acidente do avião da TAM? O piloto. Tá morto mesmo. Quem são os culpados pelo acidente da Gol que desencadeou toda a crise aérea que dura até hoje? Os pilotos americanos. São americanos mesmo, estão lá longe e nem vão se dar ao luxo de se defender. Eles vão ficar no país deles, onde são heróis por terem conseguido evitar a queda do avião portando carne de primeira: mais americanos.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Inferno Astral

“O período conhecido popularmente como "Inferno Astral" é o mês que antecede o aniversário de alguém. Nesta época, muitas pessoas acreditam viver momentos de angústia, depressão ou até mesmo azar, atribuindo as turbulências a alguma configuração astrológica misteriosa.

O aniversário nada mais é do que o marco de um novo ciclo solar na vida de uma pessoa, ou seja, o Sol passa pelo mesmo ponto do Zodíaco que estava quando ela nasceu, sinalizando uma nova etapa para a sua consciência. Os dias que antecedem esta renovação são exatamente os últimos do ciclo anterior que a consciência vinha atravessando.”*

De fato. Os Astros estão agindo e fazendo de minha vida uma miséria diária. Todo o sofrimento, dor, insatisfação, desgosto, azedume, todo o fel que sinto em minha boca, o chulé, o péssimo corte de cabelo, o mau hálito, a dor de barriga, o vômito por ter bebido demais, nada disso teria acontecido se não estivesse no período que abrange os 30 dias que antecedem a data do meu nascimento.

O ciclo solar realmente interfere na minha vida diária. São 30 dias de desafios diários e os desafios foram comuns em dias anteriores. Vou explicitar os acontecimentos de anos anteriores por meio de meu tão simpático antigo blog.

Vamos, juntos, analisar a pessoa que vos fala com uma ótica de quem o conhece há pouco e precisa se basear em escritos antigos para ter uma real impressão sobre sua pessoa.

Vamos lá:

“19/06/2002 23:08

e aeeeee!!! firma?? huaauhauhuaaaa

Intaummmmm, eu num ia escreve hj akiii, ate eu le o blog do fafa, e ele me feiz penssar em 2 coisa:

1) eu concordo plenamente com ele, os amigos saum a coisa mais importante do mundo p/ mim, e eu era estremamente criticado, ate com razaum queando eu falava dos marroneys, eu era estremamente chato, pq eu naum sabia me espressar direitoo.

Eu naum queria dizer q os Marroneys saum os karas mais fodas do mundo,q eles saum melhores q os outros e talz, ate pq eu tenho otimos amigos q naum saum marroneys, mais isso naum quer dizer q eu gosto menos deles, eu falo q os marroneis saum super fodas e saum super legais, pq eles saum meus amigos uai, num eh dificil d me intende, eu num vo c amigo d perdedores e chatoss, eles saum meus amigos, saum os melhores amigos q uma pessoa pode ter, eu falo dos marroneys pq eh uma forma d generaliza, mais eu gosto d todos os meus amigoss igual, com algums eu tenho mais intimidade, ou uma relacaum mais proxima, mais c tive um problema com qq um deles eu vo c o primeroa ta la p/ tentar resolve-lo,seja da maneira q for, e sim eu tenho um PUTA ORGULHO D SER UM MARRONEY, e num importa c vc acha uma merda ou acha super legall, eu so um e vo continua sendo um, o quanto for possivel.

2) Meu blog ta fikando obsoleto, no comeco da onda blog, meu blog era super legal, com textos ingracados, e varias historias d peripercias minhas, mais com o passar do tempo, apesar d eu vive constante aventuras, elas naum saum diarias, e nos dias q eu naum fazia nada de util meu blog fikava uma bosta,e foi piorando cada veiz mais, intaum, eh isso q eu qeuro muda, ao contrario d outros blogs eu num vo para d conta oq eu faco no meu dia a dia, e minhas trakinagens, pois o meu blog o objetivo principal dele eh q vc me conheca kada veiz mais, soh q a diferenca eh q antes eu soh me preocupava coma amaneira d agir, amsi agora eu pretendo expor minha maneira d penssar, naum espere coisas muito legal, ou interessantes, ou bem escritas, pois eu me acho interessante, amsi eu naum seic vou conseguir expor tudu q eu pensso aki, ammsi eu vo tenta, esse foi apenas a introducaum, uma especie d "Manifesto Revolucionario Blogstico", e espero q com o tempo fike melhor, o fafa conseguiu seu objetivo, eu pretendo conseguir o meuu, e eh isso... isso eh oq eu tinha p/ dizer por hj, espere por blogs futuros, e por coisas do seu interesse.

Boum por hj eh soh isso q eu tinha p/ dizer... ate mais, e eu espero q vc deixe um comentario falando qq coisa, e tb esperoq vc naum pensse q eu to pagando pau p/ o fafa ou p/ qq outro, pois eu anum to, eu soh num vejo problema d copiar bouas ideias, oq eh boum temq ser utilizadoo.... bejaumzacoo!!!!!!

enviada por Felipe!!” **

Revivo a data de hoje, cinco anos atrás. Não, inteligência não é o forte do autor das palavras supracitadas. Erros de gramática, pontuação inexistente, a tão infeliz, digamos assim, linguagem dos jovens da geração Internet, maltratam meu gracioso e diário português.

Mas o que são erros de Português? Como disse o já anteriormente citado membro da Academia Brasileira de Letras, Paulo Coelho: “Separar sujeito e predicado não vai mudar a ordem dos astros” (ou qualquer outra bobagem assim). Bom, não concordo com ele, mas vamos a uma analise psicológica da pessoa que vivia naquela época tão distante.


Esta pessoa estava no segundo ou terceiro colegial. Varia de acordo com a fonte consultada. Nota-se uma pessoa profundamente incomodada com criticas recebidas (criticas muito bem colocadas). Uma pessoa que se preocupava com os amigos que o faziam bem naquele período de vida do jovem e que o tempo o provou que “não é bem assim”.

Esta resposta evidencia o maior conceito deste aparentemente jovem ser humano: Ele tenta fazer parecer que não se importa com a opinião dos outros. Tenta mostrar para os mesmos que opinam sobre sua vida que não se importa com a opinião deles. Percebem quão contraditória é a posição deste sujeito? É meus caros leitores! Os jovens seguem um padrão de comportamento em que querem mostrar toda a rebeldia e descomprometimento para com a sociedade que os cerca, mas acabam tão imbuídos em mostrar este “estado de espírito” que colocam isso a frente desta “rebeldia”. Este tipo de comportamento, conforme explica Freud, se denomina idiotia aguda. Este estado quase sempre é recebido com bastante diversão e algum tempo perdido com “crises” internas inúteis.



“22/06/2002 03:01

Booummmm, hj eh meu Aniverssario!! parabens p/ mim, intaum qq c espera do dia do seu aniverssario??????

Q seja um dia estremamente feliz

Q vc veja todos seus amigos

Sinta como eh queridoo

E q nesse dia vc seja a pessoa mais especial d todas

Pelo menos era isso q eu esperava quando eu planejava esse dia a quase uma semana atrais

Mais naum foi bem assim, pelo menos eu naum em senti assim

Meu dia ja comecou com uma decepcao tremenda q akabo com quase meu dia intero

Eu naum poderia estar com a pessoa q eu masi queria ta nesse dia especial

Um dia emq eu queria dividir com a pessoa q eu gostoo, e nadaa, num dava, essa pessoa naum ia vim me ver

Vc num tem nocaum d como eu fikei na hora

No dia do seu aniverssario vc espera q todos soh tenhaum olhos p/ vc, tudu q as pessoas q vc gosta facaum seja virado p/ vc

Em muitos momentos eu senti isso

e eu agradeco muito aos meus amigos q me fizeraum sentir assim

mais pela pessoa q eu mais me importava, q eu mais queria q c importace comigo, parecia q num tava nem ai

foi fodaa, depois eu fui p/ seattle foi um povinho laa, todo mundo meio desanimado, e pouca gente la, talveiz por ser de tarde, talveiz por eu ter avisado em cima da hora, soh seiq eu me senti menos querido q eu achava

eu num sei, talveiz por estar meio desanimado, eu tava achando td uma bosta

Naum falo isso pros meus amigos q ficaraum la, do meu lado, agradeco muito eles

Eu achoq no fundo era euq naum tava bem, eu ate tinha ido la com o intuito d bebe p/ kacete

mais eu naum consegui

Num consigo beber quadno eu naum to bem

Por mais incrivelq pareca eu associo bebida com coisas bouas

eu bebo quando eu to feliz

e num era minha situacaum

BOUM

soh seiq nois fikamo la, elgums mmentos legais algums naum tantoo

e eu voltei p/ casa fikei um tempo e fui p/ sossa

tinha a festa da Amanda p/ i, mais nem rolavaa, num tava nem afim

soh seiq la na sossa eu encontro a Livia

Conversei com ela

Briguei com ela

Chorei com ela (sim eu chorei, so gay??? eu aum acho, eu tenhu sentimentos, e num tenho medo d demonstrar)

Por pouquicimo naum akabamos tudu

mais naum

td fikou bem

solucionamos o problema?????

NAUM

Porem percebemos q agente c gosta p/ kacete, e ia c muito pior fikar sem ela

eh claroq eu espero q ela repensse a atitude dela, mais eu gosto dela, e qeuro fika com ela

seja como for

seja passando muito, muito, muito nervoso

masi os momentos q eu to com ela saum estermamente boums, e superaum e compensaum todas as outras coisas q eu passo

Afinal num eh dificil me agradar, eu me considero uma pessoa taum simples, eu soh quero me sentir amado, notar q a pessoa c importa comigo e q c preocupa c eu to bem ou naum, isso naum soh com minha namorada, mais com meus amigos e as outras pessoas

Soh sei q depois dessa converssa meu rostinho lindo voltoua sorrir

Quase td fikou bem, pq numka vai ta td bem, essa eha graca da vida

eu ainda fui em uma festa, e voltei p/ casa

Aotodo o dia foi boum, num foi estremamente feliz, mais me feiz repenssar muitas coisas

talveiz tenha ate penssado varias besteiras

Talveiz seja muitas cismas da minha cabeca

mais eu me senti assim e num eh agradevell

mais eu reconheco quem c importa, e pela terceira vez obrigado p/ essas pessoas

Eu sempre vo gosta dos meus amigos mais doq qq coisa na minha vida

soh espero q vc q me considera um amigo, continue meu amigo por muito muito muito tempo...

Ah e p/ quem naum conseguiu percebe ta td bem comigo e com a Livia, to amis namoraum doq numka, ainda bem, e gosto kada dia mais dela....

boum eh issooo, esse foi meu aniverssario, meio melancolico, meio triste, muit divertido em algumas horas naum mencionadas aki,

foi mais um diaa!!!

Foi mais uma coisa diferente q eu vivi!!

Eu soh tenho q tirar a parte boua e ignorar a parte ruim, pois soh assim c eh felizz!!

E EU SOU FELIZZZ!!!!!!!!!!

ah e eu sei q foi muito confuso isso td, muito bobo, e muito mal escrito, mais faze oq, eh isso qq eu facoo e sei laa, esperoq vc goste mesmo assim, e meus milhares d erros ortografikos naum saum todos culpa minha, meu teclado num tem acento nem ceddilha, intaum eu tenhoq escreve errado p/ da a mesma sonoridade a palavraa....

Escrevi demais ja, Dexa um comentario ai, eu fikaria felizzz, eh isso..... beijossssss!!!!!!!!!!!!

enviada por Felipe!!” *



Poucos dias se passaram depois do primeiro texto analisado. Este é o exato dia do aniversário do nosso objeto de estudo. E notamos ai uma diarréia mental do ser em questão. No final ele até tenta se desculpar pela seqüência de bobagens escritas. Porém este sem número de bobagens revelam uma profunda tristeza deste ser humano.


Desilusão amorosa (que não era tanto amor assim, ou nenhum amor, segundo fontes) e expectativas exageradas fizeram deste rapaz (será que é rapaz mesmo? O modo de escrita se assemelha ao de uma garota de 13 anos) uma pessoa infeliz, o que pode ser agravado em ocasiões especiais como o aniversário.


Este ser humano precisa aprender algumas lições. Lições estas que vão ficar implícitas.





“21/06/2003 13:53

Vivaaa!

Hj é o glorioso dia do meu aniverssário!

Dia 21 de junho, oo primeiro dia do inverno, primeiro dia do signo de Cancêr!

Alegria Alegria!

Eeeeeu gosto de aniversário!! sei lá! um dia que eu me sinto tão importante, sinto que todas as atenções deveriam estar voltadas para mim!

Renasce tantas expectativas, esperanças, as perspectivas mudam, ee sempre esperando que algo mude, algo maravilhoso e magico aconteça! é tipo ano novo!

Maaaas nada acontece! hauahu!

Algo um tanto quanto tragicomico!!!!

Ams é dia de festa!(não literalmente).

Ahh é apenas um dia normal que eu estou com uma disposição extra de diversão! e é melhor que nada! estou disposto a sexo, bebidas, amigos! hauahu! maas eu sempre too!

Éestou chegando a conclusão de que será mais um dia comum!

Mas espero me surpreender!

Espero que as pessoas com as quais eu convivo(ou nem tanto) me dêem motivos de tal alegria!

Pois eu to cansados dos meus dias comuns! ee tal!

Koehh Felipe??

É dia de festaaa!!!!

portanto........

“Deixa eu brincar de ser feliz

Deixa eu pintar o meu nariz’

Ps.: Estou completando meus 18 anos, agora sou maior de idade, posso beber, tirar carta, ser preso!

No papel sou um homem! maaaas só no papel! agora eu preciso em portar como um homem!! maaaaaaas a pergunta é........Será que eu quero issu???

enviada por Felipe!!” **

Mais um ano se passou. Fica claro neste texto que o ser em questão completa 18 anos e parte para a maioridade. Porém todos vemos que o individuo está longe de encarar a vida adulta, embora o mesmo dê a entender que deixou a adolescência.

Notem a tristeza das palavras disfarçadas com o entusiasmo do aniversário. O sujeito tenta fazer parecer que está feliz, mas no fundo guarda um sentimento atroz, o mesmo que revelou nos relatos de faz-anos anteriores.

“Não somos marionetes. Somos seres co-criadores, somos co-participantes do ato de criação e de produção na vida. Se somos "regidos" por alguma coisa, é porque essa coisa ainda não foi percebida por nossa consciência, mas ela faz parte de nós, sem dúvida. À medida que nos tornamos mais e mais conscientes, também nos tornamos mais capazes de tomar o destino em nossas mãos.” *

Descordo.

(Não gostei do resultado. Não será publicado) – 19/06/2007

(Continuo não gostando, mas mudei de idéia) - hoje

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Desisto. Culpa. Futuro

Escrever. Lá vou eu para um post metalingüístico,.assim como o segundo deste blog: a introdução. É complicado escrever, principalmente para quem gosta. Para quem não gosta este é um trabalho árduo e chato, mas acaba saindo. Para quem gosta a tarefa é, às vezes, dolorosa.

Desisto.

A culpa:

A culpa por tudo que acontece no mundo é sua. E minha também. É isso.

Futuro:

Eu poderia utilizar este espaço negro com letras brancas (isso quando você lê, porque quando eu escrevo é no fundo branco em uma moldura bege insossa) (na verdade eu escrevo no Word e depois passo para a tela bege e insossa, mas o Word você sabe como é) para escrever meus planos de futuro. Tudo que eu sempre quis fazer e nunca fiz. Todos os planos a curto, médio e longo prazo. Como eu me vejo daqui a uma semana, um mês, um ano, uma década.

E lá vou eu:

1 dia:

Nesta terça-feira (05/06/07 – seqüência legal né?) a minha maior expectativa é quanto ao jogo do Brasil. Esta expectativa é reflexo da minha comum e rotineira e trivial rotina “em um exercício monótono, monotemático, monoteísta da minha vida” (parafraseando você não sabe quem.. ou sabe.. é fácil descobrir).

É, de resto, meu plano para a terça-feira é ir na faculdade como na maioria dos dias e, como na maioria dos dias da minha vida em que eu vou na faculdade, sem saber muito bem se terei algo a fazer.

Também tenho uma obrigação. Quem disse que não? Tenho que devolver a biblioteca o livro: “Manicômios, prisões e conventos”, de Erving Goffman. Escrito em 1961, este livro é resultado da experiência do autor no período em que foi membro visitante do Laboratório de Estudos Sócio-Ambiêntais do Instituto Nacional de Saúde em Bethesda, Maryland, EUA, do outono de 1954 ao fim de 1957. Durante parte deste período, nosso querido Goffman (procurei no dicionário e a palavra Goff não existe, mas sim Guff. Conversa fiada. Então, pressupõe-se que o conteúdo do livro não vai muito longe disso. Ou não) estudou o comportamento de cerca de 7000 internos do Hospital St. Elizabeths, Washington, D.C. O objetivo era observar o “mundo subjetivamente vivido” pelo internado.

Minha relação para com esse livro era ler o primeiro capitulo: As Características das Instituições Totais. Segundo o autor, instituições totais são aquelas que compõe nossa sociedade ocidental (do lado de lá do mundo é outros 500) se caracterizam pelo seu fechamento “ou seu caráter simbolizado pela barreira a relação social com ou mundo externo e por proibições À saída que muitas vezes estão incluídas no esquema físico – por exemplo, portas fechadas, paredes altas, arame farpado, fossos, água, florestas e pântanos.” (Vejam que este livro é velho, não deve mais existir pântanos que protegem nada. Não existem mais muitos pântanos. Estão secos, aquecimento global, ta ligado né?).

Então, precisava ler este livro, pois ele poderia me acrescentar no meu trabalho de conclusão de curso, que é sobre pessoas que deixam um exemplo destas instituições totais: as penitenciarias. O livro me foi sugerido para que eu conhecesse a realidade de quem vive em uma instituição fechada como essa e de que forma ela é afetada com essa estadia pelo local.

Apesar de bem antigo, a obra se mostra bastante atual, trazendo conceitos que eu julgo deveras interessante e importante para meu aprofundamento teórico prévio a realização do trabalho, cujo nome foi brilhantemente definido por “Livre das grades, refém da cidade”.

“Os participantes da equipe dirigente tendem a sentir-se superiores e corretos; os internados tendem, pelo menos sob alguns aspectos, a sentir-se inferiores, fracos, censuráveis e culpados”. Com o tempo você vai entendendo os motivos para a existência de instituições organizadas que existem para defender o direito e o bem-estar dos presidiários, como o Primeiro Comando da Capital.

Outro: “Aparentemente, as instituições totais não substituem algo já formado pela sua (do interno) específica; estamos diante de algo mais limitado do que aculturação ou assimilação. Se ocorre mudança cultural, talvez se refira ao afastamento de algumas oportunidades de comportamento e ao fracasso para acompanhar mudanças sociais recentes no mundo externo. Por isso, se a estada do internado é muito longa, pode ocorrer, caso ele volte para o mundo exterior, o que foi denominado ‘desculturamento’ – isto é, ‘destreinamento’ (igual o Ramelão falava) – que o torna temporariamente incapaz de enfrentar alguns aspectos da vida diária”. E, depois de 30 anos confinado em uma cela com 30 homens suados, exige-se que o sujeito saia, arrume emprego e compre uma casa, constitua família e seja feliz para sempre e siga a risca o “American way of life”.

Outros pontos muito interessantes, que poderiam engrandecer em muito meu trabalho e, porque não, meu desenvolvimento pessoal, são apresentados neste livro. Eu digo poderia, pois, no lugar de me dedicar a leitura, eu passei meus finais de noite jogando “Chanpionship Manager” e levando o Palmeiras virtual ao virtual título da Libertadores e da Copa do Brasil, mas nunca conseguindo manter a regularidade na campanha virtual do Campeonato Brasileiro virtual e no Campeonato Paulista virtual, o que gerou a insatisfação do meu virtual presidente Mustafá Contursi e minha posterior demissão. Mas tem nada não, é só fazer o virtual (CENSURADO) abandonar a carreira de treinador virtual e criar outro (CENSURADO) virtual e escolher o Palmeiras virtual para iniciar a carreira de treinador virtual.

A terça-feira (05/06/07) é mais longa do que vocês imaginam. Findo o período de aula, enrolarei até o momento de minha alimentação do final de manhã. Não sei se é almoço, pois 11h30 em um mundo ideal será momento de tomar café da manhã. (Na verdade acho que aí está minha felicidade profissional: tomar café da manhã às 11h30). Então, sigo sozinho ou acompanhado por (CENSURADO) ao Vermelhinho ou ao Centro de Convivência. Lá solicito que me tragam um filé de frango à parmegiana, panquecas ou uma lasanha. Após uma refeição com pouca conversa, seja sozinho ou acompanhado, aguardo mais um tempo até o momento de minha carona chegar e partir rumo ao meu local de trabalho de todos os dias das 13h às 19h.

O caminho para o trabalho sempre me reserva surpresas. O programa escolhido no rádio, as notícias sem assunto do “Lance” e as interessantes conversas, tão sem assunto quanto, entre duas garotas que apanham o mesmo carro que minha pessoa para seguir a trabalhos diferentes do meu. Entre estas surpresas, tento me concentrar em dormir durante estes aproximados 43 minutos. Porém quanto maior a concentração, mais o sono se afasta.

O carro chega já com dois passageiros a menos. As garotas ficaram pelo caminho e (CENSURADO), minha pessoa e, às vezes, (CENSURADO) adentramos o prédio do órgão máximo do futebol paulista, a gloriosa Federação Paulista de Futebol. Local da organização do principal campeonato estadual do país, (CENSURADO) que não poderei comprovar a real existência delas (mas que existem, existem).

E, enfim, cerca de 13h20 (sempre com alguns minutos de atraso) eu me apresento ao trabalho. A partir deste momento eu estou sujeito às ordens de (CENSURADO), qualquer pessoa contratada legalmente, e, principalmente, (CENSURADO) (um dia eu perco meu post discorrendo sobre esta pessoa, digamos assim, impar).

Mas não pense que estou tão por baixo. Não senhor(a). Tenho subalternos, como não? 21 anos e cinco subalternos. Subalternos estes que não respeitam esta hierarquia e confundem amizade e trabalho. Mas sou brasileiro, dou meu jeitinho e creio que efetuo meu repetitivo trabalho “tentando reordenar as tarefas que nunca precisarei desempenhar”. Mas me dou bem, como não? Ou não. O que é se dar bem para você?

Esta função se estende até às 19h, alguns minutos a menos ou mais. Após isto, sigo de volta ao meu lar cheio de planos do que vou fazer. “Vou ler, escrever, fazer acontecer”. Isso ainda a frente do Terminal Barra Funda. Passado todo o trajeto. Já nas proximidades do meu lar: “Já sei, vou vender o Felipe, ele está insatisfeito e é a laranja podre. Tenho substitutos”.

Já no meu lar, como um delicioso jantar preparado pela senhora (CENSURADO) e me mantenho em meu quarto. Verifico e-mails, poucos interessantes. Verifico o Orkut, nada novo. Sigo em frente ao PC, Windows Explorer, Programas, CM, Championship Manager, fim do dia.

Se alguém me perguntasse em uma entrevista de emprego, como eu me vejo amanhã. Seria exatamente assim que eu pensaria em responder, mas acabaria dizendo: “Eu leio bastante, jornal e livros, adoro ver filmes, mas passo maior parte do tempo me dedicando aos projetos da faculdade e dando o melhor de mim no trabalho”.

Isso porque vocês não ouviram os planos para as semanas, anos, décadas....

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Introduzindo

Tenho que fazer um texto de introdução. Todo Blog tem. Vai que um dia, quando eu já rico e famoso, quando eu já póstumo, descobrem textos escritos pela grandiosa minha pessoa. O então pesquisador dos hieróglifos da Internet não vai ler toda minha extensa obra virtual (que não promete passar de hoje). Eles vão direto no texto de introdução. È mais fácil. É mais simples. Eles são pregiçosos. E conclusões do nível de:

_Como já era genial..

_Como ele evoluiu.

Ou

_Nunca gostei muito desse arrombado mesmo.

virão à tona.

Não me proponho por meio desta ser admirado. Acredito neste como um mero exercício. Exercício de quem gosta de escrever, não escreve, gostaria de escrever e tem medo de escrever. Medo por que? O Bicho papão dos literatos não vai me perseguir. A Academia Brasileira das Letras, fundada pelo glorioso Machado de Assis, por meio de seus imortais Paulo Coelho e Jô Soares não vão me procurar, me processas, me matar, abusar de mim sexualmente ou abusar da magia negra no meu corpo (não nessa mesma ordem nem respectivamente em relação aos imortais).

Porém, você me pergunta: Qual o medo deste coitado?

Medo é uma palavra forte. Mas a questão é a autocobrança. É duro ser critico. Ao criticar a produção de outras pessoas, você tem que fazer melhor. Sabe aquelas frases que aquelas meninas consideradas “galinhas” pela “boca pequena” na época do colégio colocavam no About do ICQ (também são encontradas no Orkut, mas não é do meu tempo): “Antes de me criticar, tente me superar!”. Então, esta frase condiz. Como eu sou critico, entende a obrigação que está posta nas minhas costas? Por mim mesmo, diga-se de passagem.

É difícil superar aos adversários. É claro, a humanidade está repleta de adversários. Tenho que superar a todos todos os dias a cada dia da semana. Não é fácil. Tenho que jogar limpo. Tenho que ser bom. Não é fácil. Ainda quando não se é bom.

Portanto, mais que justificado meu, digamos assim, receio sobre escrever em um blog que pode ser acessado por pessoas em todos os quatro cantos do mundo. Basta que digitem no Internet Explorer (ou no Firefox para pessoas mais cult igual eu). Mas ninguém vai fazer. Até porque o endereço é estúpido.

Ah, começou a série nova do Hermes e Renato. Tenho minhas prioridades. Afinal eles dublam filmes. Deve ser engraçado. Eles se reinventam. Isso é bom. Se reinventar é bom. Deve ser. Nunca me reinventei. É coisa para gênios. Não sou né? Venhamos e convenhamos.

Enfim, acho que é uma boa introdução né?

nº 2 Bad Trip - Parte 1

Porra. Merda. Mais um dia.. esse futebol prometia tanto.. Merda.. Joguei mal.

_ Que golaço heim rapaz.. (falou o Márcio ao sair da quadra)

É. Valeu pelo golaço.

_ E ai? Vamo pro role lá? (me dirigi ao Fábio, que há muito havia desistido do futebol e já tomava uma cerveja sozinho)

_ Vamos sim! Vamos. Só temos que passar em casa. (respondeu)

_Fecho. Fecho.

Tudo combinado. Onde será que vamos? Porra. Nada a ver eu ir. Mas vou, foda-se. Vai que é legal. Depois eu pego o Metrô e já era. Volto para casa. Nunca faço nada, vai que é divertido. Os roles dele são sempre da hora. Costumam ser.

_ Vamo ai. (digo)

(Já no carro. Fábio põe em seu MP3 uma seqüência de Cartola)

_ Bela musica. “A sorrir eu pretendo levar a vida”. Bela musica. Onde Vamos? (pergunto)

_ Vamos lá no Adamastor. Aquele bar. Adoro lá. Não sei explicar, lá tem um ambiente muito agradável, gente bonita, boa musica. Também temos uma garrafa de Uísque lá. Podemos beber e tudo. É só um chopinho para abrir e depois Uiscão. Está feita a noite.

_Firmeza. É hoje que eu entorno o caneco.

_ Estamos chegando.

(Estaciona o carro, a porta fecha) (a da porta abre)

_Pode entrar. Fica a vontade. Toma banho lá no meu banheiro, eu vou no da minha irmã.

_Firmo. Me empresta uma camiseta.

(cada um para seu banheiro.) (Já vestido, eu aguardo sentado na beirada da cama enquanto Fábio entra pela porta)

_ Vamos?

_ Jajá. Está cedo. Vou pegar um negócio.

(Abre uma gaveta do lado da cama e tira um pacotinho de maconha, um pacotinho de seda e dois objetos que não reconheço)

_ Claro né. Seguir a rotina. Fábio e banza é sinônimo. Para que é isso.

_ Esse é para dechavar e com isso você bola. Muito mais fácil, fica perfeito.

(Fábio faz o passo-à-passo e eu, como leigo, fico só observando) (Acendendo e puxando) (passa o cigarro) (Eu puxando)

_Esse é bom. Um amigo meu me trouxe ontem.

_ Quanto você gasta por mês nisso.

_ Há dá uns 70 conto (responde prendendo a fumaça)

_ Não é muito.

_É... Vamos indo. A gente termina no caminho.

(Apaga o cigarro em close) (Liga o carro)

_ Acende ai. To meio brisado já.

(Acende o cigarro. Passa para mim e liga mais Cartola.“Ah essas cordas de aço”)

Essa música é muito loca. Estamos chegando. Será que é longe. Tenho que fumar.

(Fuma) (solta) (Fuma) (Tosse) (solta) (fuma) (solta) (passa)

Carai. Nem dá nada. As vezes nem me dá nada. Vou ficar de boa.

_ É aqui. Vou apagar. Fala alguma coisa.

Chegamos. Será que vai ser legal. Acho que estou loco. Eu to loco hauahuahu. Preciso disfarçar. Eu fico muito retardado. Porra, eu to mó retardado. Porra. Está parando o carro. Agora eu estou solteiro. Acabou o cigarro?

_ Acabou o banza?

_Faz tempo. você que apagou.

_ Ah é.

_ Vamos. Chegamos.

(Fecha a porta) (entra o bar)

Ta cheio isso daqui. Ó barulheira. Olha uma gatinha. Tem umas coisas penduradas na parede. Já estive aqui. Quando? Já estive aqui, com certeza.

_ Oi pessoal. Esse é o Caio.

(Cumprimentamos todos. Ele primeiro e eu repetindo todos seus passos. Cada movimento. Todos se apresentam)

Já estive aqui. Esses amigos do Fábio são todos músicos. Todos “cult”. A mina é bonitinha. Qual o nome dela mesmo? Vou prestar atenção na conversa dela. Ela é meio gorda. Mas eu pegava, foda-se. Aqueles gordos ali devem ser irmãos. São parecidos. São feios. Devem ser músicos. São feios. Já estive aqui. Olha esse urso na parede.. (olhava o desenho de um urso emoldurado na parede. Havia algo escrito, mas a vista embaçada não me deixava ler)

_ Vamos pedir o uisque agora?

_ Que?

_Vamos pedir o uísque agora?

_Opa, seria uma boa. Hhehe

_ vamos de chope. Quer?

Eu quero. Eu respondi. Ele já está pedindo. Não precisei responder. Eu devo ter respondido. E esse urso na parede. Eu já vim aqui. Eu lembro desse urso. Eu já vim aqui. Esses quadros todos. Onde será que é o banheiro. Estou muito louco. O chope não chega. Chegou. Não chega. Agora é, chegou. Nossa que horrível. Minha boca está seca. Fica ruim a cerveja. Ruim a cerveja. Preciso molhar minha boca. Como eu faço isso. No próximo gole eu faço um bochecho e bebo tudo de uma vez. Bosta, engoli direto. HAUHAU estou muito loco. Agora eu consigo. Passa na boca inteira. Não adiantou. Pô.. não estou falando com ninguém. O Fábio está conversando.

_ Lá foi mó legal. Queria voltar lá.

Será que ele está se divertindo. Acho que ele está constrangido com a minha presença. Eu não estou participando. Deve pensar; “trago o moleque e ele não fala nada”. Mas ele está com os amigos dele. Não deve nem estar prestando atenção. Mas quando eu estive aqui. Tenho certea que nunca vim aqui. Mas o lugar me é muito familiar. Já estive aqui. È dejavu. É issio. Já estive aqui em outra vida. Bobagem. Mas pode ser. deve ser um lugar parecido. Deve ser...

_ E ai Caio.

_ Tudo bem? (falo com um sorrisão no rosto)

_ Não fala nada?

_Estou prestando atenção nu lugar.

(Sorriso amarelo. Um dos gordos cabeludos o chama do outro lado da mesa)

Gordo. Odeio gordos. Na verdade odeio gente feia. Gordos são feios. Essa minha é uma gracinha. Pegaria ela. Ela não me pegaria. To muito loco. Deve ser namorada desse cara. Estão sentados lado-a-lado. Não deve ser não. Será que alguém já pegou ela? É a única mina da mesa. Eu nunca estive aqui. Definitivamente. Eu penso em mil coisas ao mesmo tempo. Minha cabeça está a mil. Mi coisas ao mesmo tempo. Por isso que quem fuma um fica lento, porque a cabeça está a mil. O corpo não acompanha. O corpo é mais lento que a cabeça. A mente é muito rápida. O corpo é limitado. É isso. Minha cabeça está a mil. Não consigo completar nenhum pensamento. Eu não estou falando com ninguém. Minha cabeça está a mil. Preciso ir ao banheiro. Nem bebi minha cerveja. Vou dar outro gole. Mas eu não quero. Com o fumo o gosto fica muito ruim. Preciso tomar minha cerveja. O Fábio Já pediu outra. Eu preciso tomar minha cerveja. Vou dar um gole. Pronto, um gole. Pronto.

(levo o copo a boca)

Meu Deus que ruim.

_ Ainda não terminou essa.

_ Ta fóda. O gosto ta ruim. Quando eu fumo, eu não gosto.

_Bebe essa. Depois da primeira passa o resto.

(levo o copo novamente a boca)

Meu Deus, que ruim. Vou falar que está ruim. Ele já mudou de conversa. Vou no banheiro. Será que quero mijar? Eu não quero mijar O Fábio deve ter odiado me trazer aqui. Não estou ajudando na alegria dele. Vou no banheiro. Eu não quero mijar. Vou lavar o rosto para ver se melhoro. Estou bem. Minha cabeça está a mil. Já vou. Vou terminar a cerveja primeiro. Falta muito. Vai dar vontade de mijar. Então não vou beber. Mas eu já vou ao banheiro. Vou beber tudo de uma vez. Rápido. Agora.

(Levo o copo a boca e dou somente um gole)

Queria água. Vou ao banheiro. Sobrou cerveja. Vou ao banheiro.

_Onde é o banheiro?

_Alí.

(Levanto-me e vou em direção. Peço licença para a cadeira que ocupa meu caminho)

Não posso dar pala. Vou devagar. Onde é o banheiro. É naquela portinha. Quantos quadros. Já vi esse urso. Já vim aqui antes. É nesse corredor. Tem uma gatinha. Não posso dar pala. É aqui. Está ocupado. Só tem um. Está ocupado. Olha uns barris de cerveja. Aqui que armazenam? No corredor do banheiro. Que limpo. Mas está fechado. Está ocupado. Demora. Devem estar cagando. Vou esperar. Encostarei aqui. Não dá, tem os barris. Vou ficar aqui. A porta está se movendo. Não ta não. Está sim. Maluco ta saindo. Deve ta fedendo. Não, não ta não. Só mijo, mas é normal. Cagão. Maluco grande. Banheiro. Vou mijar. Mijar. Isso mijar. Não, vou lavara mão primeiro. Por que? Vou mijar. Vou mijar. Não estou com vontade. Vou mijar. Vai sair. Saiu. Sensação esquisita. Não é gostoso. Até meu mijo ta seco. Vou dar descarga. Não, vai espirrar em mim. Vou fechar a tampa. Não deve ter tampa. Não, tem tampa. Vou fechar. Deve estar melada. Não, fica sempre aberta. Sim está melada. Merda.

(Deixo a tampa cair. Espirra em minhas pernas)

Merda. Péssimo plano. Será que estão dando por minha falta. Não. Faz pouco tempo que estou aqui. Faz muito tempo que estou aqui. Vou lavar a mão. Ninguém deve lembrar que eu vim. Vou lavar minha mão. Água. Adoro água. Minhas mãos estão secas. Acho que é a fumaça que faz isso. Oba! Vou lavar minhas mão! Que delicia. Estou com sede. Tomaria essa água. Não, é nojento. Tomaria essa água. Vou lavar minha boca. Lavei. Boa idéia. Muito bom. Parece que sai aquela gosminha de baba seca. Será que fica tudo ressecado mesmo ou é impressão. Deve ser de verdade. Deve ser a fumaça. Imagina cagar nesse estado, deve ser uma merda. Desagradável. Vou voltar.

(Abre a porta) (puxa a cadeira)

_ Oi.

Ninguém respondeu. Nem sentiram minha falta. Não devo ter ficado lá nem 3 minutos. Dois. Cinco vai. Devo ter demorado. O Fábio deve estar puto comigo. Será que isso é Bad Trip. Huahua! Eu tive uma Bad Trip. Eu não estou me divertindo.


(Continua)