domingo, 28 de dezembro de 2008

2009

Ano novo, vida nova. Clichês a parte, pretendo me utilizar de mais um e fazer um balanço desse ano que passou. Um ano em que muita coisa mudou, passei a grande maior parte dele em um país desconhecido, longe de todo mundo que eu gostava.

Porém, o único balanço que me interessa ultimamente é o da minha conta bancária (quem me viu, quem me vê). Por enquanto, só tenho a certeza que quero começar tudo do zero, em todos os aspectos. Mas isso deixa para março, quando o balanço de verdade será inevitável. Até lá, é só alegria.

E depois também né. Porque, como diria o Bidê ou Balde, "E por que não?"

domingo, 23 de novembro de 2008

Let´s talk about what feed me!

I thought of that old joke, y'know, the, this... this guy goes to a psychiatrist and says, "Doc, uh, my brother's crazy; he thinks he's a chicken." And, uh, the doctor says, "Well, why don't you turn him in?" The guy says, "I would, but I need the eggs." Well, I guess that's pretty much now how I feel about relationships; y'know, they're totally irrational, and crazy, and absurd, and... but, uh, I guess we keep goin' through it because, uh, most of us... need the eggs.

Uma história de amor pode começar de um sem número de maneiras diferentes. Algumas acontecem entre amigos de infância, no colégio, amigos em comum, na fila do banco, companheiros de trabalho, no banheiro masculino, nas ruas de Barcelona, na mercearia, speed dates... Esta aqui começou da maneira tradicional: se conheceram na pista de dança de um club bacana, com pessoas interessantes e musicas boas.

Entre luzes piscantes, rostos cansados, roupas estranhas, gente interessante, ela apareceu reluzente e rodopiante entre amigos. Apesar da desconfiança homossexual, foi amor ao primeiro sorriso. I can bet that you look good on the dance floor.

Blusinha verde, calça jeans, cabelos longos, pele lisa, olhos levemente puxados e rodopiando, rodopiando, rodopiando, rodopiando. OOBCECADO, de tempos em tempos recebia um sorriso que o fazia estremecer mas não acreditar que estava sendo alvo da mulher mais linda que havia visto até então.

Conhecido por sua inoperância e ineficácia, manteve a pose de galã e aos poucos foi soltando o potencial psicodélico que vinha sendo escondido do público. E parece que funcionou (não que isso fosse alguma espécie de arma).

Quando abriu os olhos, tudo que via ainda eram as luzes piscantes. Mas sentiu um braço tocando o seu e de um momento para outro se grudaram, rodopiando, rodopiando, rodopiando, rodopiando... Parecia mentira. Para os outros, “viado sortudo”. Para ele, “viado sortudo”. Rodopiando, rodopiando on the dance floor.

Mas não seria tão fácil. Sempre tem uma amiga que as levam para o outro lado. Estava satisfeitíssimo por ter dividido aquele momento com com a mulher de sua vida. E por acreditar piamente ser a mulher de sua vida, tomou uma iniciativa (logo depois que voltou do banheiro, que ninguém é de ferro e cerveja demais tem efeitos colaterais).

Chegou determinado. Bastou uma puxada decidida no braço para tudo começar a girar em volta dos dois novamente. Então, quase que naturalmente, de um segundo para outro, os olhares se cruzaram. Os rostos ficaram frente a frente. Os olhos castanhos e levemente puxados penetravam. Um beijo seria inevitável. Com isso, inclinou a cabeça e disparou.

Foi um encontro de lábios único. Digo único literalmente. Logo em seguida a amiga retornou a ação e ele retornou sozinho e cabisbaixo para seus amigos. E assim ficou. Sem beijo, sem telefone, sem cojones, boludo. Mas com muito amor. Amor de verdade. Amor para vida inteira.

Mas não se trata de coragem. Em sua cabeça, ela sempre o quis, mas condições químicas os impediram de realizar esse amor. Não pode ir além, pois poderia descobrir o contrário, poderia acabar com o encanto. Preferiu manter o sofrimento pela pouca chance da expectativa boa dar certo. Já que é isso que o alimenta. feeds him.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Let´s talk about will!

You can’t always get what you want

Mick Jagger estava certo. Todos queremos um milhão de coisas na vida que na maioria das vezes simplesmente estão fora do alcance. Desejos e necessidades que não dependem de você para se concretizarem, o que acaba deixando uma sensação de impotência e frustração por ter que ficar de mãos atadas.

But if you try sometimes well you just might find. You get what you need

Mas sempre tem aquela parcela de coisa que está ao alcance. Que só depende de ir atrás e conseguir. Mesmo que a possibilidade seja ínfima, você tem que dar as caras, tomar uma atitude e buscar o que deseja.

É por isso que nesta quarta-feira eu resolvi fazer alguma coisa. Contra o frio e as delícias de evitar a noite das quatro horas da tarde em Dublin e comecei a me mexer.

Desliguei o laptop, subi as escadas, coloquei minhas calças, cinto, mantive a camiseta, mas coloquei minha blusa com a numeração 26 comprada na Pennys e a jaqueta de frio intenso com forro interno laranja que minha mãe mandou do Brasil. Escovei os dentes, arrumei o cabelo, mas não me dei ao trabalho de apagar o carimbo da festa da noite passada que ainda está presente no meu braço. Peguei minhas chaves, carteira, celular e deixei minha casa.

Então eu caminhei até o supermercado, Tesco, e comprei um desodorante Adidas Ice Dive porque o meu tinha acabado. Pronto. Tomei uma atitude que efetivamente fará diferença nos meus dias. Quanto às outras coisas, eu deixo para mais tarde.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Let´s talk about feelings!

Nunca quis nem saber. Tinha 24 anos e nunca havia se acorrentado a um relacionamento comum. Não gostava de pressões, amores, bilhetes, cartas, bombons, pais, sogros, jantares, domingos e intimidade. Não era disso. Gostava de sábados, sextas, quintas e terças. Gostava de aventura, quantidade, diferentes gostos, formas e sabores. Gostava da conquista. Gostava da fama. Nunca um vinho para acompanhar, mas sim whiskye e Red Bull para esquentar.

Assim foi vivendo a vida. Conheceu Ana. Garota linda, simpática, de família. Não era bem o tipo que gostava, mas a encontrou em mais uma dessas baladas da moda. Não se importava muito por seu jeito delicado, mas sim pelos belíssimos pares de coxas que a acompanhava.

Outra coisa que sempre o atraiu foi o desafio. Sempre é melhor uma nova conquista do que requentar a velha, pensava. E Ana era o que podia chamar de grande desafio. Menininha certinha, não aceitou ir conhecer seu flat logo na primeira noite. Foram precisos um pub, um café e duas idas ao cinema até mudarem o local do filme para sua casa, no conforto de sua cama.

Dito e feito. Finalmente Ana aceitou. Filme, pipoca, coca-cola, beijos, carícias, empolgação... não deu outra, uma brilhante noite de sexo. Gostou dessa noite mais do que o normal, mas mesmo assim Ana nunca mais voltou a ouvir sua voz.

Em sua cabeça tudo fazia muito sentido. “Vai que eu começo a ficar com ela, dai como eu ia conseguir comer duas minas ao mesmo tempo? Um ser humano tem que ter suas prioridades”, se justificou para um de seus amigos mais próximos.

Não se considerava um canalha sem sentimento (apesar de saber que era). Mas a seu favor tinha o fato de não mentir para as mulheres. Sempre deixou claro sua posição de solteiro convicto. Era favorecido pela fase de mulher independente que todas passam quando chegam na idade adulta. Sabia que era papo furado, mas quem era ele para reclamar?!?!

E assim era as coisa. "Screw around" era com ele mesmo. Sempre em busca de seu tão sonhado cálice sagrado. E assim foram a Carla, Bete, Ana Paula, Carmem, uma italiana chamada Simona, entre outras. Todas foram relacionamentos passageiros. Algumas deram trabalho depois do fim, mas sua sinceridade o livrava da obrigação do dia seguinte e dos pesos na consciência.

Mas é claro. Toda história tem sua reviravolta e essa não foi diferente. Com Fernanda o sexo rolou na primeira noite. Minutos após se conhecerem. Foram boas duas horas de sexo e carícias, o que não era nenhuma novidade para ele. O que veio depois é que o mudou. As calças apertadas botadas com pressa e a vontade fora do comum da quase desconhecida ir embora mexeu com ele.

Quando se viu sozinho, semi-nú, sem nem um número de telefone e um beijo de tchau, quis aquela garota como nunca. E quando ele quer, ele tem. Se virou para achar o telefone, ligou, insistiu, saiu com ela.

Se sentia estranho. Queria aquilo mais do que o normal. Assim veio o terceiro, quarto, quinto, sexto encontro. Andava bebendo mais vinho e chope do que cerveja e cachaça. Via mais filmes do que ia pra balada. Seus amigos de Guerra já o estavam xingando. “Ooooo namorão”. Mas ele não ligava. Sentia alguma coisa pela primeira vez.

Tanto que uma vez a levou a uma festa com seus amigos. Era uma daquelas festas malucas regadas a drogas, sexo e Rock n´ Roll. Mas sua intenção era oficializar a relação para com todos seus amigos.

Estava apaixonado. Na festa não desgrudava dela. Recebia os olhares insinuantes de antigas fuck buddies, mas não ligava. Queria só fazer sua quase namorada feliz. Tanto que uma de suas antigas “amigas com benefício” veio reclamar com ele:

_Você não era assim. Preferia você quando ficava na bagunça. Não com essa branquela feia.
_ Não. Uma hora tinha que tomar um rumo.
_Vacilão. Bom, eu não sei... Só sei que estou subindo com uma amiga minha. Se quiser, pode se juntar à gente.
_...

....
_Amor, vou ao banheiro.

“Um ser humano tem que ter suas prioridades”

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Let´s talk about sex!

Tereza é uruguaia e como tantas outras pessoas provenientes da América do Sul veio para a Irlanda para aprender inglês, trabalhar, viajar e viver uma nova experiência. Quando decidiu mudar de país, estava cansada de sua vida e, principalmente, estava cansada dela mesma. O mesmo namoro, a perspectiva de uma vida real cheia de preocupações e a conta da Telemar para pagar (ou o equivalente de Montevidéu). Enfim, decidiu ficar um ano longe de tudo e de todos e aproveitar um pouco a vida.

Mas para ela não funcionava como para suas novas amigas. Enquanto elas perdiam a conta de quantos italianos, franceses, irlandeses, poloneses, brasileiros e até alguns uruguaios já tinham ficado, transado, saído, se relacionado por algumas semanas, ela estava lá, atrás no marcador. Nos cinco meses em que estava na Irlanda, somente um uruguaio, um argentino e um brasileiro souberam como é provar um beijo seu.

Para ela essas coisas não funcionavam assim, por mais que não gostasse muito disso. Tinha vontade de despirocar, pintar e bordar, dar pirueta, fazer tudo que sempre se privara. Queria enfim curtir a vida, como todas suas novas amigas faziam. Havia perdido muito tempo de sua vida engatando um relacionamento atrás do outro, nunca reservando um tempo para si mesma, para saber o que sente, o que gosta, o que desgosta. Sem saber como é, de fato, estar e aproveitar a vida de solteira.

Já tinha aceitado a situação. Conformada de que as coisas com ela eram diferente, estava aceitando o fato de não ser aquele tipo de pessoa e seguiu assim, tranqüila e satisfeita com a vida e aberta para o que viesse, mesmo se fosse um novo amor que substituísse o antigo (ou presente).

Mas ela tinha que dar um jeito. As coisas precisavam acontecer para ela. Então no dia 14 de junho tomou uma decisão. Não, nada de sair e dar para o primeiro que aparecesse. Isso não era coisa dela e até estava se sentindo bem por ser do jeito que era. Dias atrás havia perdido a possibilidade de aproveitar o show do Radiohead que havia aberto sua turnê européia tocando no Malahaide, parque irlandês que fica menos de meia hora de sua casa indo de Dart (um trêm urbano).

Mas não. Aquilo não podia ficar assim. Conferiu as datas das apresentações e lá estava. Dia 1º de julho, Westpark, Amsterdan, Holanda. Seria perfeito, era em uma terça-feira. Pediria folga em seu trabalho part-time como garçonete em um café, partiria no sábado de manhã, aproveitaria a cidade, ainda assistiria ao show e retornaria na quarta-feira pela manhã.

Foram 70 euros do ingresso, mais 150 de passagem ida e volta, mais uns 200 euros para gastar durante seus quatro dias holandeses. Era o equivalente a duas semanas de trabalho, mas para ela valia a pena. Trabalhava justamente para ocasiões como esta e um show do Radiohead era, para ela, seu lugar ideal no planeta, ainda mais em um parque de Amsterdã. Seria perfeito.

Aguardou ansiosamente. Faria toda a jornada sozinha, nenhuma amiga se prontificou a gastar essa quantia por um show do Radiohead. Apesar de a Holanda ser bem atrativa, esperavam ocasiões e oportunidades melhores, com promoções da Ryanair e tudo mais. Mas Tereza não se importou. Na verdade até gostou disso. Seria uma experiência nova e gostou do fato de se sentir tão independente.

Bom, enfim o grande dia chegou. Malas prontas. Dublin Airport. Aeroporto de Amsterdã Schiphol. Seguiu o protocolo. Queria aproveitar ao máximo. Visitou todos os museus que pôde. O Rijksmuseum, o Museu de Van Gogh, o Museu da Casa de Rembrandt, o novo Hermitage Amsterdam, o Museu de Arte Moderna de Stedelijk e a Casa de Anne Frank. Adorou os canais, os prédios históricos, o clima, as pessoas loiras que contrastavam com sua pele morena e olhos castanhos.

Estava curiosa sobre a famosa noite de Amsterdã, com os famosos coffee shop. Durante os quatro dias freqüentou muitos, até chegou a experimentar algumas fumaças, alguns bolos com coisas estranhas com seus amigos esporádicos, mas não lidava muito bem com suas alterações de sentido. Entrava em umas paranóias que não deixavam confortável. Em um de seus passeios até conheceu um italiano que achou muito interessante.

Porém, na maioria de sua vida noturna, vagava pelas ruas, se deparando com todo tipo de coisa, carregando somente a embriagues devido ao seu novo gosto por apreciar uma frasqueira de whiskey. Passeou inclusive pelo famoso “Red Light District”, com seus inúmeros sex shops, casas de prostituição. Chegou a entrar em um sex shop, mas ficou com receio de entrar no museu do sexo, algum show erótico ou coisa que o valha. Ficou um pouco assustada pelo fato de, assim como em sua adolescência, se atrair por algumas das mulheres que se exibiam nas vitrines.

Os três dias até a noite do show passaram rápido. Tinha até esquecido um pouco do seu lugar preferido no planeta. Em sua cabeça só a excitação de tudo novo que estava vivendo e uma incansável saudade de muita coisa que estava lá longe, no Uruguai. Uma sensação estranha de que não queria ter sentimentos. Praticava sua frieza, sabia racionalmente (e talvez sentimentalmente) que não queria a mesma vida de namoro do passado. Adorava estar e ser livre como nunca antes se sentiu. Mas a saudade daquele alguém uruguaio, com cabelo de argentino, não saia de lá. “Que droga!”.

No Westpark, chegou bem antes da abertura dos portões, mas a fila já estava formada. Posicionou-se tranqüilamente no final e não precisou esperar quinze minutos para sentir seu ombro ser tocado. Era o italiano que havia conhecido em um coffee shop dias antes. Depois de se reapresentarem, ele a convidou para se juntar a um casal de amigos pouco a frente na fila.

No dia em que conversaram pela primeira vez, nem comentaram sobre o show do Radiohead. Portanto, se fosse mais boba, Tereza acreditaria que seria o destino. Na verdade ficou espantada com a coincidência, e sentiu algo diferente que a percorria a espinha. Não era um tipico galã. De marca clássica italiana somente o nariz grande, mas nada do 1m90 ou da barba por fazer ou dos olhos verdes.

Gostou mesmo da companhia. Carinhoso, atencioso, parecia gostar dela, mas não ficava dando encima dela (diferentemente de todo italiano que já havia conhecido). Sempre se mantinha próximo, durante o show a privilegiava com o melhor lugar, a protegia dos fãs mais empolgados, sabia boa parte das musicas de cór.

E finalmente enquanto as caixas de som soavam “just 'cause you feel it doesn't mean it’s there”, um beijo naturalmente aconteceu. Nada muito intenso, somente um leve encontro de lábios. E entre uma música e outra, beijos e mais beijos. Tudo era muito romântico. O primeiro encontro perfeito em seu lugar perfeito.

Sua cabeça de uruguaia boba pensou que talvez poderia ser um novo amor. Pensou em como poderia manter um relacionamento com a distância com ele. Mas logo se lembrou de que não acreditava em amor a distância e seria uma substituição um tanto quanto que indevida. Portanto, com todas as certezas de incerteza futura, ela só queria saber de aproveitar o momento.

One night stand. Nunca tinha feito isso na vida. Mas acabado o show, com beijos e caricias esquentando. Com os hormônios em polvorosa, um convite para uma visita ao apartamento do amigo que estava hospedando o italiano foi aceito, mas não antes de uma certa hesitação.

Chegando a um flat muito charmoso em uma viela de Amsterdã, os anfitriões se dirigiram a um dos quartos enquanto os dois recém-apaixonados ficaram na sala. Duas taças de vinho depois, o fogo parecia incontrolável. Então chegou o momento de ir para o quarto. Nisso um filme passou na cabeça de Tereza. Nunca tinha feito isso na vida, mas só queria aproveitar o momento.

Não se permitiu a lembrar da última vez que fez sexo, pois surgiriam em sua cabeça uma má experiência de um sexo sem fim (literalmente) com gosto amargo de despedida. Tudo o que não queria no momento era sentimento. Queria só a carne. O gosto de suor com o hálito de vinho rosé.

Parou de pensar. Se entregou. Mão nisso, mão naquilo, pouca ação de boca, camisinha, beijos, papai-e-mamãe, tentativa frustrada de outra posição, papai-e-mamãe. Fim. Ele vai para o banheiro se livrar dos resíduos, ela permanece sozinha na cama. Não demorou dois segundos, correu para vestir sua roupa. Se sentia mal nua daquele jeito. Não sentia arrependimento, mas não sentia nenhuma satisfação. Não tinha sido ruim. Se não se engana, ela talvez até tenha chegado a gozar. Não tinha muita certeza. O italiano foi ótimo, se não conhecia os seus movimentos e do que gostava ou desgostava, ele foi carinhoso. Foi tão carinhoso como uma pessoa que faz sexo com uma desconhecida pode ser.

Quando o italiano voltou, Tereza já estava quase que completamente vestida. O sutiã ainda estava jogado no chão, o que a deixou com uma tremenda vergonha, e sentia muito frio. Não podia ir embora. Não saberia como sair dali e confiava na promessa de chegar ao aeroporto na manhã seguinte com uma carona dessa pessoa que agora dividia aquela cama de casal.

Nem o corpo insistente do italiano a esquentava agora. Sentia muito frio. Só queria virar de lado e dormir. Queria sonhar. Queria ir embora. Queria estar no frio do inverno uruguaio. Só queria voltar para a cama de solteiro que costumava dividir quando estava em casa e se sentia quente.