segunda-feira, 28 de março de 2011

Em defesa do estilo de vida

Para quem se interessa por minha vida e a acompanha exclusivamente por meu blog (isso se resume a ninguém), vou vos atualizar sobre minha proeminente existência enquanto ser humano. Notem, vocês por aí, que inclusive na barrinha aqui do lado, as palavras que ousam dizer quem eu sou, há uma mudança.

“desempregado e, segundo eu mesmo, um dos maiores casos de potencial desperdiçado da história do homem moderno”

foi substituído (como vocês podem ver novamente, se estiverem com vontade, desviando os olhos um pouquinho para a direita... viram?... prooonto) por

“Jornalista de cueca”

Minto, não é isso que tá lá. Afinal, eu ainda sou um dos maiores casos de potencial desperdiçado da história do homem moderno. Isso me descreve bem. Já sei.. vou deixar:

“Jornalista de cueca e um dos maiores casos de potencial desperdiçado da história do homem moderno”.

Antes ia ficar

“jornalista que disfarça o desemprego dizendo que é freelancer”

Mas o “de cueca” representa tudo isso que essa frase grande quer dizer.

O que isso tudo diz respeito sobre a proeminente existência do meu ser humano enquanto travec.. ops, pessoa? Que eu abri mão de empregos formais. Ou pelo menos é o que pretendo. Essa vida de acordar cedo, tomar banho correndo, ir pro trabalho, ter pouca ou muita coisa pra fazer, contar as horas para sair do trabalho e rezar por DEUZ para alguém de bom coração ter o mesmo dia enfadonho que sua própria pessoa e querer tomar uma cerveja em seguida e falar mal do chefe é improdutiva. Não só pra mim, mas para mim, é para todos. Mas como eu sou só mim, não sou todos, porque se eu fosse todos, eu não seria mim (q/). YO SOY EL OTRO.

Como já diria o sábio publicitário que criou o nome brilhante para um dos maiores festivais da música contemporânea do século atual e, quiçá, dos três últimos, Stars With You. Minto. Não era isso, embora e tenha pensado que era isso por um bom tempo. Pensei que eles queriam enfatizar o fato enfadonho (quem usa essa palavra duas vezes no mesmo texto?) de que algumas estrelas estariam dividindo o mesmo tempo e espaço que alguns mortais brasileiros. Mas não, é Starts With You. (“começa com você” para iletrados em linguagem estadosunidenses {“agora inglês é dos EUA? Seu burro”.. tá booom.. é que só quis usar essa palavra... pq eu odeio que usa.. USA}). Começa com você. Comigo? Isso aí Felipinho. Então comecei.

Vamos lá, quem de vocês não tem porra nenhuma pra fazer no trabalho exatamente agora? Ou pior, quem tem uma porrada de coisa para fazer, mas tá de saco cheio? Alguém levantou a mão? Espero que não, senão você é mongológico. Mas alguém deve ter concordado. Ou não, a final ninguém lê e quem lê, num deve fazer isso do trabalho. Seu chefe tá de olho.

Minha teoria é que os trabalhos não precisam ser feitos no ambiente de trabalho. Claro, não todos. Tem alguns que requerem o espaço físico e os caralhos (ainda), mas a maioria não. A lógica de ir trabalhar é antiga e parte do pressuposto que você é uma anta que num sabe fazer as coisas direito, ou um vagabundo que não faz as coisas. O olho do dono que engorda o boy. Essas groselhas por aí.

É de uma tristeza sem fim ficar preso em sua cadeira, esperando a porra do tempo passar, procrastinando uma coisa que você até gosta de fazer (se te deixassem fazer do jeito que gosta). Esse sistema aí, de te deixar preso, acaba inclusive com seu prazer de trabalhar e, consequentemente, com toda sua criatividade. Não é produtivo. Quem já não tinha coisas para fazer, mas tava rolando aquele jogo do Barça na Champions, com o Messi vermelhinho, e você acaba não fazendo uma coisa nem outra? Tem empresas por aí que inclusive bloqueiam as redes sociais no trabalho, mas isso nem vou me aprofundar porque se você não é um símio, você consegue ver como isso é sem sentido. A produtividade não vem das 8 às 18. Nine2five como dizem por aí nos estrangero .

Vamos usar de uma das premissas do jornalismo literário, e fazer uma imersão em um personagem para analisar os prós e contras do “jornalismo de cueca” (é uma escola.. tipo o new journalism, o gonzo e essas porra. A diferença positiva é que as características podem ser transportadas para outras áreas de conhecimento, a diferença negativa é que o grande ícone sou eu {“que bosta então”, “nasceu para morrer”, “pelo menos ele é gatinho”}).

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Felipe Floresti é um sobrevivente da cidade grande. Latino americano sem cheiro e sem sabor. Não pode dizer que construiu a vida de alguma forma, pois sua vida está longe de ser construída. Mas conseguiu com algum esforço (dispensável) se formar em jornalismo em uma faculdade particular e os dinheiros do papai.

Passou algum tempo, conseguiu que alguém o contratasse para trabalhar em uma revista cujo nome não poderá ser divulgado por força de contrato. Algum tempo depois este emprego o deixou. Mas esse não é o clímax da história. É o chamado à aventura. Você está em sua vida comum, e há o chamado, que te joga na história. Jornada do herói, meus amigos. “Você é o herói? Mãaae cadê o controle? Muda de canal pra mim?”.

Foram dias conturbados na vida deste jovem tão bem apessoado. Vagas e mais vagas apareciam para ele todos os dias. A internet estava cheia. Analista de mídias sociais aqui, assessor de imprensa acolá, redator júnior mini mirim no outro. Parou, pensou e: “Comigo não, violão”, proferiu.

Desde os tempos de faculdade. Lá quando você pensa que o jornalismo carrega alguma dignidade. Quando seus professores te colocam que Folha ou Estado são nortes de como e para quem escrever. Quando ser bem sucedido, era ter algum nome. Essas ideias que você pensa e pensa: “Támalooks. Pra que uma porra dessa?”, esse fofo já pensava (pensa demais para seu tamainho): “O dazora é trabalhar igual um mongologico, fazendo qualquer coisa, pra ganhar atenção das muié, e outros hóme. Daí, quando for véi e caquético, ter moral suficiente para que confiem em você e, assim, você vai viver de freela”.

Mas Didi Mocó Sonrisépio Colesterol Novalgino Mufumbbo tinha razão. Em uma de suas mais representativas obras, defende que o ser humano trabalha a vida toda para ganhar dinheiro e quando tiver o suficiente, se aposentar e não fazer nada. Ele cortou caminho. O Fefê também. SWU.

Tomada a decisão, algo mudou em sua vida. Percebeu que a hora de acordar, que antes era determinada pela vontade de nosso senhor jezuis cristo, se tornou 9h30 ou 10h. Depois, sentava a bunda no computador (q/) e lá ficava. Aos poucos foi percebendo que a TV, sempre ao seu lado, estava sempre no mesmo canal. Em determinado momento, seu som começava a atrapalhar. Assim ela se tornava muda e aos poucos esquecida. Só era lembrada quando em um surto de consciência ambiental, resolvia desligar. Ou quando passava futebol. Ou The Big Bang Theory, ou Two and a Half man, ou Friends. (Mentira.. se não seria o dia todo. Já perceberam que sempre que você liga na Warner tá passando um desses três? E que você já viu o episódio?)

Quando fazia muito calor, a cama começava a convidar. A letargia vespertina tomava conta, muito pelo fato da hora de acordar na ser proporcional com a hora que foi dormir na noite anterior. Para fugir, dirigia-se à geladeira e, de lá, sacava uma boa e velha cerveja. Refazendo os ânimos e voltando ao que pode ser confundido com trabalho. A diferença é que não ganha nada para aquilo, e você está pesquisando sobre coisas que realmente gosta. Muito diferente de um trabalho tradicional.

Esse jovem adulto também começou a perceber que tudo isso acontecia enquanto trajava apenas uma cueca. Criando as bases teóricas para este novo movimento. Notem que o fundamento nasceu naturalmente. Não foi nada pensado por um grande pensador. É algo que está na essência do ser humano (mentira.. ser humano não tem essência).

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O "Jornalismo de Cueca", ou JC para os mais descolados, prega total liberdade de profissão. Pelo contrário que você pensa, esse profissional se dedicará muito mais que todos os seus colegas de que estão dentro de redações neste momento. A diferença é não ter hora para acabar, e sim para começar. É bom manter a disciplina. Mas estará trabalhando de acordo com suas próprias regras. Se você quebrar suas próprias regras, você é muito rebelde mey.

Outro fator é não ter dinheiro. Não pense que você vá ganhar algum dinheiro. Fique muito contente se ganhar algum. Portanto, parte fundamental desse estilo de vida é reduzir os custos ao máximo. Quando comer sozinho, dê preferência absoluta ao que você tem em casa. Arroz, feijão e uma salada é banquete. Também aprenda a cozinhar, vagabundo. Eu não faço feijão, mas hoje em dia tem de caixinha e num é ruim não. Não se incomode também de comer a mesma coisa por vários dias seguidos, afinal cozinhar só para si é chato, e a louça é toda sua depois ainda. Quando for fazer, faça em quantidades grandes.

Infelizmente jornalismo de cueca às vezes usa calça. Às vezes usa até camisa. Isso vai contra o que defendem alguns puristas, mas fazer jornalismo de casa é chato. A cueca serve para o momento de escrever, e pesquisar. Pra achar assuntos, propor pautas. Mal sabe aquele editor fodão que você está de cueca enquanto fala com ele. Mas é a pura realidade. Tente fazer um contato profissional de cueca e outro bem vestido. Na primeira opção, segundo dados empíricos, a chance de sucesso é 68% maior. O sujeito se torna mais seguro e confiante. Para fazer reportagens externas, vista-se decentemente. Afinal, a sociedade ainda não está preparada para pessoas como nós.

Saia para a rua, converse com os vizinhos, descubra coisas novas. Veja o que está errado, o que está certo. Onde tem uma história legal de ser contada. Chegando em casa, tire a roupa, abra uma cerveja, ligue o futebol no mudo e ponha tudo no papel. Se precisar, tire uns minutinhos para pensar no que viu. Se quiser ligar para sua mãe, lavar roupa, ver o vídeo pornô da Maria do BBB, bater uminha, jogar um W11 com o Messi ou ficar um tempão escrevendo um monte de bobagem antes de tudo , vá. O poder é de vocês.

Mas não se preocupe. A cueca está em você. Por mais que você não goste de usar cueca, ela está em você. Por mais que você seja uma menina e esteja usando uma calcinha bem delícia, daquelas curtinhas, meio transparentes, a cueca está em você. É fazer o que gosta, da forma que gosta, e conseguir fazer alguém te dar um dinheiro por isso (enquanto ainda precisamos dele). Isso é vida.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Osho

Depois da minha última postagem, recebi um e-mail de Daniel Cunha, vulgo Galeano. Achei maneiro e resolvi compartilhar parte do conteúdo com vocês, meus cerca de três leitores (mãe, vó, bei, amo vocês).

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"A maioria das pessoas tem momentos de reflexão, mas decidem esquecer quando percebem que a vida real é dura e que não podem perder tempo com isso. A questão aqui é a mais simples possível: ser coerente com o que você sente. Está escrito nas suas entranhas, se você sente isso, não tem como fugir. Se você considera algo prejudicial (ou inútil) pra humanidade, como você vai trabalhar com isso e tornar essa sua atividade principal?

Tenho um livro do Osho aqui em PDF e separei uns trechos pra você, sobre a parte de procurar respostas. É pra confundir mais ainda. Curte aí..." (nota do dono do blog, vulgo FF: Qual o nome do livro, o vacilão?)


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A sabedoria não tem nada a ver com conhecimento, absolutamente nada. Ela tem algo a ver com inocência. Algo da pureza do coração é necessário, algo da vastidão do ser é necessário para que a sabedoria cresça.

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Fique num estado de não-saber. Viva a partir desse estado. Olhe as árvores como uma criança, olhe a lua como um poeta, olhe o céu como um louco!

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Nunca deixe de se maravilhar se quiser que os mistérios se desvendem para você. Os mistérios nunca se desvendam para aqueles que não param de questionar. Aqueles que questionam cedo ou tarde acabam numa biblioteca consultando as escrituras, porque as escrituras estão cheias de respostas. E as respostas são perigosas: elas podem destruir a sua admiração. Elas são perigosas porque dão a sensação de que você sabe, embora não saiba. Elas lhe dão a compreensão incorreta de que agora as perguntas estão solucionadas. "Eu sei o que a Bíblia diz, eu sei o que o Alcorão diz, eu sei o que o Gita diz. Eu consegui." Você vira um papagaio: repetirá as coisas, mas não saberá de nada. Não é esse o caminho para o saber — o conhecimento não é o caminho para o saber. Então, qual é o caminho para o saber? A admiração. Deixe que o seu coração dance maravilhado. Encha-se de admiração: pulse com ela, inspire-a, expire-a. Por que ter tanta pressa para conseguir a resposta? Você não pode deixar que o mistério continue sendo um mistério? Eu sei que é grande a tentação para não deixar que ele continue sendo um mistério, para reduzi-lo a um conhecimento. Por que existe essa tentação? Porque, quando você se encontra repleto de conhecimento, está no controle. O mistério controlará você, o conhecimento o deixará no controle. O mistério o possuirá. Você não pode possuir o mistério: ele é vasto demais e as suas mãos são muito pequenas. Ele é tão infinito que você não pode possuí-lo. Tem que ser possuído por ele — e esse é o seu medo. Você pode possuir e controlar o conhecimento, ele é tão trivial...

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Essa tentação da mente de reduzir toda maravilha, todo mistério, a uma pergunta é pautada basicamente pelo medo. Temos receio do que é extraordinário na vida, desta incrível existência. Estamos amedrontados. Por causa desse medo, criamos alguns pequenos conhecimentos à nossa volta como uma proteção, como uma armadura, uma defesa. Só os covardes reduzem a meras perguntas a capacidade incrivelmente valiosa de se maravilhar. A pessoa realmente valente, corajosa, deixa as coisas como são. Em vez de transformar a maravilha em uma pergunta, ela mergulha no mistério. Em vez de tentar controlá-lo, ela deixa que o mistério a possua.

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A partir do estado de admiração, existem dois caminhos. Um é o do questionamento — o caminho errado. Ele leva você a acumular cada vez mais conhecimento. O outro é não questionar, mas deleitarse. Deleite-se com a maravilha que é a vida, a maravilha que é a existência, as maravilhas que são o sol, a luz do sol e as árvores banhadas com seus raios dourados. Viva a admiração. Não coloque depois dela um ponto de interrogação. Deixe-a ser como é.

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"Arte pela arte", dizem por aí. Pode ser que sim, pode ser que não — não sou artista. Mas posso dizer a você: a vida é só para ser vivida. Cada momento vale por si mesmo. Sacrificá-lo em nome de outra coisa é falta de inteligência. E depois que o hábito de sacrificar se instala, você passa a sacrificar este momento pelo seguinte, o seguinte pelo que vem depois e assim por diante — este ano pelo seguinte, esta vida pela seguinte! Trata-se de um processo simples e lógico: depois que você deu o primeiro passo, inicia toda a jornada — a jornada que o leva a um deserto estéril, jornada que é autodestrutiva e suicida. Viva o momento pelo alegre prazer de vivê-lo. Viva sem o sentimento de dever, sem imposições, sem obrigações, sem mandamentos. Você não está aqui para ser um mártir: está aqui para aproveitar a vida ao máximo. E a única maneira de viver, amar e ter prazer é esquecer o futuro. Ele não existe. Se você conseguir esquecer o futuro, se puder ver que ele não existe, não há por que se preparar constantemente para ele. No momento em que o futuro é deixado de lado, o passado passa a ser irrelevante por si só. Nós carregamos o passado de modo a poder usá-lo no futuro. Do contrário, por que carregaríamos o passado? E desnecessário. Se não existe futuro, para que carregar o conhecimento que o passado lhe proporcionou? Trata-se de um fardo que acabará com o prazer da jornada. E deixe-me lembrá-lo de que se trata de uma pura jornada. A vida é uma peregrinação para lugar nenhum — de nenhum lugar para lugar nenhum. E entre esses dois pontos está o aqui e agora. O lugar nenhum consiste em duas palavras: aqui e agora.’

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Sentido ao Caos

Sentados em roda durante a aula da pós desta segunda-feira, 14 de fevereiro, cada um lia um trecho do primeiro capítulo do “O Ano do pensamento mágico”. A aula era sobre ensaio pessoal e, enquanto prestava atenção na leitura dividia meus pensamentos com o que daria um ensaio pessoal de minha pessoa Felipe Floresti.

Em uma das interrupções propostas, o professor abriu aos alunos para falar o que pensaram do comecinho. Fui o segundo a falar, mas não foi bem o que o professor esperava ouvir. Minha interpretação sobre o porquê da Joan Didion ter começado a escrever com o que ela escreveu dias depois da morte do marido e só tendo continuado alguns meses depois (oito se não me engano).

Tenho mania de reconhecer os processos alheios nos meus. Várias vezes eu estou todo empolgado para escrever alguma coisa, mas deixo passar. Não anoto na hora, quando chego, não sai. Esse tipo de coisa. Até por isso, enquanto cada um dos meus colegas de classe liam um trecho, ia anotando pedaços do meu pensamento concomitante em uma folha do meu novíssimo caderno comprado nesta tarde por R$ 6,5 e com uma capa que remete à corrida (running).

Se engana quem acredita que o caderno é para anotar as lições da pós-graduação. Seria uma mudança e tanto se considerar que eu não tenho nenhum papelzinho remetendo aos outros dois semestres. Durante as aulas eu tenho o pensamento mais livre, alimentado pela recorrente falta de interesse nas aulas, mas sempre abastecido por frases, citações, palavras chaves, observações de qualquer um da classe, seja as viagens do professor gagá ou alguém falando groselha ou falando coisas interessantes (as aulas são inconstantes).

No caso a frase que anotei foi “dar sentido ao caos”. Segundo o professor, e as pessoas que falaram depois de mim (o que obviamente concordei), era esse o motivo de a Joan ter demorado alguns meses para voltar a escrever. Foi o tempo que levou para entender o que estava acontecendo. Nada a vê com minhas falta de empolgação ou esquecimento sobre o tema em que pensei escrever. Afinal, convenhamos né Felipe, a morte do marido não é algo que se deixa passar.

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Fiquei pensando no sentido do caos. Caos do pensamento. Não que algum ente tenha morrido ou coisa que o valha, mas como diria Rodriguinho Sangue Bom: “Cada um tem seus parâmetros problemáticos sem solucionáticos”. Cada um tem seu caos de pensamento. O meu começou no mesmo dia da história do post anterior: minha demissão.

Não foi nenhum baque muito forte. Ninguém morreu, embora meu escangalo de tanto chorar depois faça parecer que tinha. Embora sempre pense que ninguém vai acreditar (se pá é porque é o que eu pensaria), já queria sair de lá, tinha dado no que tinha que dar, e tudo. Não é legal quando saem com você, mas minha vontade sempre foi ficar tranquilo, principalmente depois que bateu na conta do banco uma quantia considerável proveniente da rescisão.

O objetivo antes da notícia era tirar licença do trabalho em janeiro reconstituir os ligamentos que meu querido joelhinho tanto precisava. Repensei, pensei, repensei, decidi fazer a cirurgia. A não ser que algo profissionalmente recompensador aparecesse. Até o dia da cirurgia, fui convidado para três entrevistas. Revista Caras, Agência Leia e Uol Entretenimento.

Caras Felipe? Pois é. Trabalhar com os anuários da revista, escrevendo sobre noivas, decoração, bebê, moda e outras coisas que não lembro. O salário era bom, um aumento razoável em relação aos rendimentos do antigo emprego. Era em uma revista, rumo que eu acredito ser meu preferido dentro do jornalismo. Não era o que eu queria. Não era meu perfil, mas dificilmente negaria caso fosse o escolhido. Ouvi boatos de que o editor até simpatizou com minha pessoa, mas sabia que aquilo ali não era para mim. Very wise.

A agência Leia produz informações e notícias para os assinantes de sua ferramenta de notícias, que são investidores da Bolsa de Valores. A vaga era para ser repórter responsável pelos setores de papel e celulose e transporte e logística, substituindo um amigo da Carol, minha amada namorada, que também concorria à vaga.

Um dia antes da data em que a editora afirmou ligar para dar a resposta, estava confiante. Meu pensamento era sobre aceitar ou não o emprego. Informações internas diziam que não era o melhor lugar do mundo a se trabalhar. Correria, pressão, estresse, qualidade duvidosa de vida. Até que esses não eram problemas. Jornalismo dizem que é isso. Meu serviço para a sociedade seria garantir informações para que os investidores das empresas papel e celulose e transporte e logística tomassem decisões mais sábias ao comprar e vender ações e, consequentemente, ganhassem mais dinheiro.

Novamente não era o que eu queria. O problema é que não sou muito bom em lidar com a insegurança. Não saber se vou conseguir pagar o aluguel, correr o risco de voltar para a casa dos pais. Se bem que essa é a resposta coerente, racional. A verdade é que a sensação de falhar, de não conseguir, de não ter um emprego, de não estar caminhando sentido ao rumo profissional, me faz querer apressar as coisas. O tempo urge. Não posso ficar para trás no mercado de trabalho. Estava disposto a aceitar a oferta.

Parece que a editora também gostou de mim. Dizem que ela ia me ligar para contar isso. Dizem que fui a segunda opção e, caso ela volte a precisar de alguém no futuro, lembraria de mim. Quem me disse isso foi a primeira colocada, Caroline Castro. Fui preterido. Estava para trás no mercado de trabalho.

Ainda restava o Uol. A salvação esperada até o último minuto. Antes do dead line. Antes da decisão de operar ou não o joelho. Não fui bem no teste, a editora sequer chegou a conversar comigo, informações diziam que o jogo tinha cartas amigas de pessoas de escalões mais altos da empresa marcadas. Mas eu queria o emprego. Melhor proposta financeira, empresa de nome. É a área que sonho atuar? Claro que não. No fantástico mundo do jornalismo por algum motivo que são meramente conceituais e nada factíveis “entretenimento” inclui desde o fato do Gianechini (sei lá se é assim que escreve) usar camiseta regata no show da Amy Winehouse (ai que brega gente) até cinema, arte, e essas fitas que eu até acho mais legais. Essa vaga eu queria. Queria de verdade. Queria tanto que até me enganei achando que tinha chance, embora os fatos dissessem o contrário.

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Operei o joelho. A decisão estava feita. Pelas contas, um mês de molho. Ia aproveitar o tempo para estudar. Estudar o que eu gosto. Eu curto conflitos sociais, curto a sociedade. Curto ver o que está errado nela e ver uma forma de mudar isso. “Olha lá. Olha o Felipe. Quer mudar o mundo. Que idealista. Que bonitinho. Que babaca. Que subversivo. Que rebelde. Que adolescente”. Já espero esse pensamento.

Meu estudo era ver documentários. Zeitgeist (http://www.zeitgeistmovie.com/). Já tinha visto o primeiro e o segundo e aguardava ansiosamente o lançamento mundial do terceiro, que teve exibições gratuitas em todo mundo no dia 20 de janeiro (se não me engano) e posterior liberação na integra no YouTube (também vai rolar para download, mas ainda num colocaram lá. Tudo de graça). O filme de 2h41 foi visto quase três milhões de vezes, mas ninguém na mídia falou sobre ele.

Também vi outros, como o “I love Capitalism” do Michael Moore ou o “The Corporation”. Mas o Zeitgeist merece atenção especial por um motivo pessoal que explicarei dentro de alguns segundos (aproveita pra ir tomar uma água):

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O primeiro, por exemplo, fala basicamente sobre fatos que moldaram a forma de pensar do homem, como “a lenda” de Jesus Cristo, ou o fato do 9/11 ser tudo uma grande armação para disseminar a cultura do medo, atingir interesses corporativos específicos, e cultivar o domínio de quem está no poder sobre a população.

Embora não vá me estender nesses assuntos agora (talvez comente algumas coisas em separado no futuro deste blog que você não lê), superficialmente falando, e roubando parte do argumento de Galeano, eles colocam as teorias como uma grande verdade verdadeira. Não sei sobre Jesus, embora os argumentos sejam bem coerentes, assim como o do 9/11, mas acredito que a religião, católica e protestante, tem o papel de manipular as pessoas. Não que exista uma alma do mal controlando a religião e o mundo, mas o negócio já está arraigado na sociedade. Boa parte (eu diria a maioria) de quem faz a religião hoje acredita sim que está trabalhando para atender os interesses de Deus.

O primeiro filme, assim como o segundo, também fala sobre como o sistema monetário funciona (usando como parâmetro o americano e a história, mas que, com algumas adaptações, serve perfeitamente para o Brasil e a maioria dos países). Defende que as corporações que controlam o mundo (o que eu acredito também).

Mas chegando finalmente no terceiro. Além de apresentar mais sobre o sistema financeiro, e falar sobre o projeto Venus, que é uma opção (que para mim é uma excelente opção, mas só viável caso tudo exploda e comece de novo) de organização da sociedade em que se baseia em recursos naturais e na tecnologia e não no dinheiro e petróleo como é hoje. O documentário começa falando que o ser humano não é ruim, por exemplo. Usando argumentos de professores que assinam com o nome de renomadas universidades desse mundão (ou só dos EUA, num sei), mostram que tudo é resultado de como a pessoa vive, que informações as pessoas tem, de como as necessidades básicas são atendidas. Eles partem dessa base para mostrar que a sociedade, as coisas em geral, não são assim porque sempre foram assim. São o que são porque a sociedade mantém esses valores e assim são perpetuados.

Esses valores são poderosos. Eles atuam sobre todo mundo. Atuam até sobre quem quer começar a lutar contra, como eu. Meu objetivo é ficar tranquilo com minha situação de desempregado. Tenho uma folga financeira por um tempinho, tenho o suporte de meus pais que me deixam ficar na casa deles um tempo a fim de gastar menos do que o faria se estivesse em minha casa de São Paulo. Na minha cabeça, minha situação é invejável. Sou a pessoa mais sortuda por ter a opção de não escolher o primeiro emprego que aparece.

(com a devida liberdade que eu tenho ao escrever no meu blog, esse é outro problema fundamental do capitalismo. Ninguém segue sua vocação. A grande gigantesca maioria das pessoas acaba fazendo o que vai garantir o dinheiro para pagar a conta da Telemar, dar comida pras crianças, pagar hipoteca, deixando de fazer o que gostaria de fazer. O principal é o dinheiro, mas quando se trabalha por dinheiro, não se trabalha tão bem. Isso, em larga escala, torna a sociedade como um todo menos produtiva. É o oposto do que defendem os amantes do capitalismo, que acreditam que a competição leva à evolução. Para mim a competição dessa forma leva à evolução do que não é prioridade. Por amor à ciência Einstein pensou na teoria da relatividade, por amor ao dinheiro Steve Jobs idealizou o IPad. É meio que provado que existem doenças que não tem cura por falta de interesse da industria farmacêutica. Ou até tem cura, mas simplesmente não é divulgado [Aguardem o documentário do Galesta]. Isso é amor à ciência, às pessoas, ou ao dinheiro?)

Mesmo sabendo disso tudo, sempre tem aquela força que nos faz fraquejar. Dá vontade de seguir o que é considerado certo, ter como primeira preocupação pagar as contas, atingir a independência financeira, que desde que eu me conheço por gente minha mãe pede de presente para o papai Noel. Hoje eu fico feliz por ter sido preterido na agência. Ou melhor, me esforço para pensar assim, tenho certeza absoluta que seria infeliz por ir contra tudo que eu acredito nesse momento. Mas é foda ficar desempregado.

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“Vai mudar o mundo então, nerdão”. Issqueéfoda. Num tenho respostas. Quando você fala que está tudo errado, que nada faz sentido, que as coisas não precisam ser assim, que não tem cabimento um país ir mal porque um banco em outro decidiu fazer hipoteca da casa de quem não tinha condições de pagar (nem discernimento para saber que não podia pagar), todos acham que tem que dar uma solução no lugar.

Estou procurando as respostas. Num é mole. Não dá para apontar o comunismo, por exemplo, como saída. Até acho que é uma alternativa mais sustentável capitalismo e tenho argumentos que acredito ser o suficiente para desbancar quem diz que já foi testado e provou não dar certo. Mas também não encontro nele uma resposta definitiva. Tudo continuaria girando em torno do dinheiro.

Andei pensando que uma forma de fazer alguma coisa é conversar com as pessoas sobre o assunto. Assim, meus assuntos acabam se tornando uma chata e acalorada discussão sobre o mundo. Até que o ambiente se torne desagradável. A Carol fala que problema é que eu só aceito as coisas do meu jeito. Eu, por outro lado, penso que a Carol tem razão (te surpreendi, né?). Maaaaaas.. também tem o fato de que o que eu ando me informando sobre é algo novo para a maioria das pessoas. Ninguém de interessa sobre sistema financeiro. Não que eu seja um expert, mas nem precisa ser. Todos acham que é complicado e nem eu entendo as complicações. Ele é vendido de forma complicada simplesmente para afastar o interesse das pessoas. Mas nem precisa entender a mecânica de cada derivativo para saber que ele é uma patologia do sistema. Confrontar paradigmas é agressivo. Mudar paradigmas não é fácil. Então a pessoa não se preocupa com nada além do que desqualificar seu ponto, o que é relativamente fácil, já que são cobradas respostas que eu não tenho. É tipo pedir para alguém ser 100% coerente. Duvideodó que dá.

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Hoje a tarde vi uma entrevista no Roda Viva de alguns anos atrás com o Patch Adams, aquele mesmo do filme com o Robin Willians que você e sua mãe viram juntos e choraram no final. Acontece que ele nem curte o filme e o buraco é mais embaixo do que fazer graça no consultório. Vale a pena investir uma 1h18 de sua vida (link). Ele diz que 90% das pessoas não pensam. Eu concordo, mas vai tentar mostrar para alguém que ele num tá pensando. Há fí.. ninguém vai aceitar né.

Eu digo ainda que a maioria das pessoas que pensam estão preocupados com espiritualidade. Não ligam muito para os problemas da sociedade, mas querem consertar seus próprios problemas. Eu não ligava muito para esses papos. Minha cabeça diz (ou dizia) que eu sou muito pequeno perto de todo o resto e a mudança tem que ser feita no todo, na em mim.

Quando meu joelho não funcionava e minha única locomoção era por meio de muletas, decidi passar um fim de semana tranquilo com minha família na chácara da minha tia em Itupeva (E daí?). Foi lá que desisti de levar discussões acaloradas em roda de bar (é sério e complexo demais para uma mente alcoolizada). Principalmente com seus tios.

Lá, em meio ao ócio bucólico da beira da piscina, encontrei um livro sobre a mesa: “UM NOVO MUNDO: O DESPERTAR DE UMA NOVA CONSCIÊNCIA”, do Eckhart Tolle (http://www.eckharttolle.com/home/about/eckharttolle/) . Para mim era um livro de auto-ajuda a la Gaspareto (preconceito meu também. Nunca li nada dele. Minha mãe que curtes), mas num tava fazendo nada mesmo. E “o despertar de uma nova consciência” me chamou atenção. No Zeitgeist falam disso. Não li muito, mas o bastante para abrir os olhos. Era tudo complementar. Mude você e o mundo. Uma coisa é ligada a outra. Não acho que mudar você é uma forma de mudar o mundo. Acho pouquinho e individualista demais. Mas não dá para mudar o mundo sem mudar você.

Minha memória diz que o livro fala sobre o ego. O eu. Que você precisa saber superar ele. Acalmar sua mente que não para de falar e sentir mais. Começa falando de um maluco que saia falando sem parar, acompanhando o pensamento, a cabeça falava mais que ele. Eu percebo que estou bêbado quando começo a falar sozinho quando estou no banheiro. Comento cada pensamento meu. Sóbrio, o pensamento não para, mas pelo menos a boca se segura.

Já encomendei o livro e ele chegou hoje, por meros R$ 20 no Submarino, pouco antes de ir para a pós. Organizar a mente, relembrar qual é esse papo do “ego”. Enquanto isso eu e minha mente fomos para a pós. Lá coloquei para fora meia página sobre o porquê das pessoas aceitarem as coisas como são enquanto o professor falava sobre o “Down and Out in Dublin”. Minto, não era meu antigo blog, mas o livro do George Orwell que inspirou seu nome e em que se via “Paris and London” no lugar da capital irlandesa. Além de fazer anotações de ideias de trabalhos que quero fazer na minha vida mas demandariam anos de dedicação, e as anotações que serviram de base para esse texto. Hoje foi a primeira aula de 2011 e percebi que estou menos judgmental em relação às pessoas, mais participativo e menos arrogante.

Quando acabou a aula, voltei rápido com o carro para não deixar o ímpeto de escrever essa caralhada de palavras. No caminho quase bato o carro com uma freada brusca em um chão escorregadio enquanto pensava no espiritismo e em como é inútil saber se existe vida ou não depois da morte. Agora, 3h18 da manhã, termino esse texto. Pretendo voltar aqui mais vezes, mas isso depois de ver alguns documentários que baixei do site http://docverdade.blogspot.com/, além de ler um livro que peguei com o Galeano: “Aprendendo a silenciar a mente”, do Osho. Quem sabe assim não aprendo a organizar melhor as ideias e, pelo menos, economizar algumas palavras.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Féria Forçadas de Verão

Aquele dia não choveu. O aguaceiro tradicional de todo final de tarde de verão em São Paulo deu uma trégua. Lá dentro, o que reinava era o ventilador ligado ao máximo, transformando tudo em peso de papel. Eles impediam que as folhas voassem pela redação. Era o marasmo de uma sexta-feira, 10 de dezembro de 2010, pós-fechamento da revista. A ansiedade perante ao “nada para fazer” era a espera pelas 18h, nem um minuto a mais. Hora de curtir a “saideira” com os amigos da editora no bar em frente ao trabalho.

Em um rompante, sorriso de canto da boca, ela entra na sala e quebra o ritmo do dia. “Preciso falar com os dois”. Dirigiu-se ao casal formado por colegas de trabalho, que quando estavam lá fora namoravam, mas fingiam quando estavam lá dentro. Fui o primeiro. Segundos depois retornei, bradando para todos da redação as novidades que já eram esperadas por mim (mas que nunca cheguei a acreditar piamente).

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Essa história começou muito tempo antes, na data que marca o início do que considero minha vida adulta. 13 de março de 2009, o dia em que retornei de minha despedida de minha meninice, vivido em terras irlandesas. Sem emprego, namorada, ou perspectivas, cheguei à casa de minha mãe disposto a virar um jornalista. Passaram-se seis meses até que encontrei o primeiro trabalho. Não era a ocupação dos meus sonhos, mas o salário era melhor do que poderia imaginar. Marcado como o emprego mais chato da história da humanidade, o cargo de assessor de imprensa de um finado banco do estado de São Paulo não foi muito longe.

Logo, de uma entrevista despretensiosa, e em minha concepção mal sucedida, saiu o emprego em uma editora. Revista mensal. Estava feliz da vida, apesar dos avisos de que o paraíso era longe dali. Mas era o que eu procurava. A chance de fazer o que gosto. Escrever, apurar, pensar no texto, ser publicado. A alegria era complementada pelos amigos, chance de voltar a morar sozinho, além do amor que lá encontrei. Aos poucos fui vendo que o paraíso realmente não existe.

Os “poréns” foram muitos. Pautas vendidas, salário baixo (o salário caiu com o emprego melhor), falta de comando. Não havia mais desafios, mais aprendizado. O que não fazia sentido era por mim questionado. O que não estava certo, era discordado. A relação desgastou.

Quando o time não ganha, demite-se o técnico. Desde meus primeiros passos na revista, me alertaram sobre a falta do bom futebol. Entravam e saiam jogadores, alguns esforçados e talentosos, mas o time seguia decepcionando. Novamente era preciso mudar alguma coisa.

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Com o sol preguiçoso do horário de verão, o happy hour daquele dia era especial. Era despedida de um amigo que partiu dessa para uma melhor (emprego, no caso). As palavras da chefe mudou um pouco o rumo da noite. “Estamos reformulando a revista. A experiência com freelas está dando certo, e vamos intensificar o ano que vem”. Agora era a despedida do casal também.

Por maior que seja a vontade de mudar, quando tomam a iniciativa por você nunca é legal. Mas “Deus dá o frio conforme o cobertor”. Como bom ateu que sou, preferi me agarrar a essas palavras. O clima melancólico, diluído por subsequentes copos de cerveja, se fundiu ao clima de confraternização. Uma alegria enviesada tomou conta da dupla e durou até o torpor final.

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Segunda-feira, enquanto os antigos colegas seguiam a extenuada rotina de fim de ano, reservei a manhã do meio-dia para limpar a casa. Os afazeres domésticos foram sucedidos pelo “Tropa de Elite 2” no cinema com a namorada e finalmente a aula de pós-graduação e uma cerveja final para fechar a noite.

A vida é realmente boa quando não se tem nada pra fazer nem hora para acordar. É dezembro, véspera de natal, época das merecidas férias que já haviam vencido. É como diria a Vodafone: “Make the most of now”. Mas quanto rende a rescisão? E o aluguel? Dá para aproveitar ao máximo sem ver minguar a conta bancária?

Ainda é o primeiro dia oficial de desemprego. São 1h36 da manhã e está na hora de meu Villarreal, que está subindo de produção após as contratações de Michael Owen e Giampetro Rossi, se movimentar. O time vem bem na Copa da Uefa. Meu play3 e o W11 me esperam. O irresoluto amanhã também.