quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Let´s talk about feelings!

Nunca quis nem saber. Tinha 24 anos e nunca havia se acorrentado a um relacionamento comum. Não gostava de pressões, amores, bilhetes, cartas, bombons, pais, sogros, jantares, domingos e intimidade. Não era disso. Gostava de sábados, sextas, quintas e terças. Gostava de aventura, quantidade, diferentes gostos, formas e sabores. Gostava da conquista. Gostava da fama. Nunca um vinho para acompanhar, mas sim whiskye e Red Bull para esquentar.

Assim foi vivendo a vida. Conheceu Ana. Garota linda, simpática, de família. Não era bem o tipo que gostava, mas a encontrou em mais uma dessas baladas da moda. Não se importava muito por seu jeito delicado, mas sim pelos belíssimos pares de coxas que a acompanhava.

Outra coisa que sempre o atraiu foi o desafio. Sempre é melhor uma nova conquista do que requentar a velha, pensava. E Ana era o que podia chamar de grande desafio. Menininha certinha, não aceitou ir conhecer seu flat logo na primeira noite. Foram precisos um pub, um café e duas idas ao cinema até mudarem o local do filme para sua casa, no conforto de sua cama.

Dito e feito. Finalmente Ana aceitou. Filme, pipoca, coca-cola, beijos, carícias, empolgação... não deu outra, uma brilhante noite de sexo. Gostou dessa noite mais do que o normal, mas mesmo assim Ana nunca mais voltou a ouvir sua voz.

Em sua cabeça tudo fazia muito sentido. “Vai que eu começo a ficar com ela, dai como eu ia conseguir comer duas minas ao mesmo tempo? Um ser humano tem que ter suas prioridades”, se justificou para um de seus amigos mais próximos.

Não se considerava um canalha sem sentimento (apesar de saber que era). Mas a seu favor tinha o fato de não mentir para as mulheres. Sempre deixou claro sua posição de solteiro convicto. Era favorecido pela fase de mulher independente que todas passam quando chegam na idade adulta. Sabia que era papo furado, mas quem era ele para reclamar?!?!

E assim era as coisa. "Screw around" era com ele mesmo. Sempre em busca de seu tão sonhado cálice sagrado. E assim foram a Carla, Bete, Ana Paula, Carmem, uma italiana chamada Simona, entre outras. Todas foram relacionamentos passageiros. Algumas deram trabalho depois do fim, mas sua sinceridade o livrava da obrigação do dia seguinte e dos pesos na consciência.

Mas é claro. Toda história tem sua reviravolta e essa não foi diferente. Com Fernanda o sexo rolou na primeira noite. Minutos após se conhecerem. Foram boas duas horas de sexo e carícias, o que não era nenhuma novidade para ele. O que veio depois é que o mudou. As calças apertadas botadas com pressa e a vontade fora do comum da quase desconhecida ir embora mexeu com ele.

Quando se viu sozinho, semi-nú, sem nem um número de telefone e um beijo de tchau, quis aquela garota como nunca. E quando ele quer, ele tem. Se virou para achar o telefone, ligou, insistiu, saiu com ela.

Se sentia estranho. Queria aquilo mais do que o normal. Assim veio o terceiro, quarto, quinto, sexto encontro. Andava bebendo mais vinho e chope do que cerveja e cachaça. Via mais filmes do que ia pra balada. Seus amigos de Guerra já o estavam xingando. “Ooooo namorão”. Mas ele não ligava. Sentia alguma coisa pela primeira vez.

Tanto que uma vez a levou a uma festa com seus amigos. Era uma daquelas festas malucas regadas a drogas, sexo e Rock n´ Roll. Mas sua intenção era oficializar a relação para com todos seus amigos.

Estava apaixonado. Na festa não desgrudava dela. Recebia os olhares insinuantes de antigas fuck buddies, mas não ligava. Queria só fazer sua quase namorada feliz. Tanto que uma de suas antigas “amigas com benefício” veio reclamar com ele:

_Você não era assim. Preferia você quando ficava na bagunça. Não com essa branquela feia.
_ Não. Uma hora tinha que tomar um rumo.
_Vacilão. Bom, eu não sei... Só sei que estou subindo com uma amiga minha. Se quiser, pode se juntar à gente.
_...

....
_Amor, vou ao banheiro.

“Um ser humano tem que ter suas prioridades”

3 comentários:

Débora disse...

Aaaaaa meu Deus!!!
Homens são todos iguais!!!!
AAAAAA!!!
hahahahahahhahahaha

Ok, surtos a parte, adorei esse texto! Poxa, se toda vez que voce nao tiver nada para fazer for escrever esses contos, vou torcer pro frio te deixar dentro de casa! Mentira, nem tanto, mas ahhh, que legal tudo isso, seu blog de "ficção" e tudo o mais!

Beijos gostosão!

Unknown disse...

Noooooosssssa que legal!!!!!

Quem é esse pegador? Você ou um amigo do seu amigo... bjs.

KNG disse...

Hauhauhau... Adorei a dona Alzira!! rs

Entao Parceirinho, eh o seguinte... adoro os seus textos! Voce ja esta cansado de me ouvir falar isso, ne! rs